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25 fev 2011

Potencial econômico atrai a China para a Bolsa brasileira

são paulo – Os fundamentos sólidos da economia brasileira são os responsáveis por atrair um número maior de investidores estrangeiros ao País. O interesse confirmou-se no inicio desta semana, quando a BM&F Bovespa, de São Paulo, firmou parceria com a China para troca de informações com a Shangai Stock Exchange (SSE).

Em fórum realizado ontem em São Paulo pela Bolsa paulista sobre o mercado de capitais entre Brasil e China, especialistas apontaram o potencial do mercado brasileiro, que lá fora já é visto como sinônimo de liquidez em investimentos.

Para o presidente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, o acordo de cooperação será favorável a ambos os países. “Para os chineses haverá mais investimentos, o que criará mais ofertas no mercado. Isso será favorável para a economia brasileira”, disse. Coutinho fez questão de ressaltar a necessidade de um mercado de capitais mais forte, para que o Brasil consiga suprir a demanda em investimentos de longo prazo em infraestrutura e, assim, desafogar o BNDES, responsável por mais da metade deste mercado.

“O Brasil tem uma bolsa de valores com capitalização importante. É líquida, sofisticada e permite que o investidor estrangeiro aplique com segurança. O governo tem se empenhado em estimular este mercado.” O presidente do BNDES apontou a necessidade em investimentos na área de petróleo e gás, papel e celulose, energia, infraestrutura e logística, já que o Brasil receberá eventos como a Copa do Mundo, em 2014, e Olimpíadas, em 2016.

Ainda segundo Coutinho, o governo federal mostra-se interessado em ampliar o setor com a entrada de investimentos de longo prazo oriundos do setor privado. “O mercado de títulos privados é pequeno, o governo tem tentado estimular o setor, para garantir uma presença estável no futuro”, afirma o presidente do BNDES.

Também presente no Fórum, a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena dos Santos Fernandes Santana, ressaltou o papel da autarquia na regulação do setor e lembrou que as duas nações têm feito esforços para ter um mercado de capitais transparente. “Tivemos muitos avanços nos últimos anos. São muitas normas novas criadas para atingir diversos setores”, explicou a representante da autarquia em entrevista.

A presidente da CVM enfatizou o papel de outras instituições nesse progresso no setor. “Todos estão preocupados em se estruturar para estar de acordo com as normas internacionais. A Bovespa tem papel relevante na autorregulação do setor. Isso é percebido com a inserção de empresas no Mercado Novo, que atrai capital e investidores ao País”, completa. Santana ressaltou a evolução do mercado nos últimos anos. “Evoluímos no mercado e temos espaço sério para oferecer aos investidores públicos e privados”, disse.

A presidente da CVM, quando questionada sobre a parceria entre as instituições brasileira e chinesa e sobre uma possível dupla listagem das ações negociadas em ambos os mercados, informou que as empresas chinesas já podem ter certificados de ações (BDRs) no Brasil e isso seria mais uma evolução dos mercados que envolveria a regulação dos dois países.

Bats no Brasil

Após rumores no mercado sobre a norte-americana Bats Global Markets estar interessada em competir com a BM&F Bovespa e já ter pedido à CVM uma regulação menos rígida para essa inserção no mercado, Santana afirmou que a CVM não recebeu nenhum pedido formal da empresa e avaliou que será positivo para o mercado essa concorrência. “Para a instalação de uma nova bolsa não há nada que precise ser feito. A regulação prevê essa possibilidade e nós acreditamos, em tese, que concorrência é sempre bom. Entendemos também que, isso é uma avaliação que tem que ser feita pelos envolvidos no mercado”, disse.

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