SÃO PAULO – O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira iniciou o ano em baixa. O índice UCI recuou de 48,2 em dezembro, para 45,2 pontos em janeiro, distanciando-se da linha divisória de 50 pontos, de acordo com a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Valores acima de 50 indicam a capacidade instalada além do ususal.
Esse é o segundo mês consecutivo com atividade industrial abaixo do nível usual. O percentual médio de utilização da capacidade instalada em janeiro ficou em 72% para a indústria, sendo 67% para as pequenas e 75% para as grandes empresas.
Segundo o economista da confederação Marcelo Azevedo, a queda na UCI mais acentuada do que a observada nos meses de janeiro foi provocada pela redução da demanda. ?A indústria se antecipou e ajustou a sua produção ao perceber que a demanda está em declínio desde o final do ano passado?, explica Azevedo.
A produção industrial também caiu em janeiro sobre dezembro de 2010. O índice de evolução da produção situou-se em 46 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Em dezembro do ano passado, o indicador foi de 44,7 pontos.
Apesar do recuo, as empresas mantiveram seus estoques estáveis. Isso indica que a indústria já esperava pelo recuo, mostra o levantamento da CNI. O índice que mede a evolução dos estoques foi de 50,4 pontos e o estoque efetivo em relação ao planejado estabeleceu-se em 50,9 pontos.
Com relação às perspectivas para os próximos seis meses, as empresas mostraram mais otimismo em fevereiro, com a evolução de todos os índices em relação ao mês de janeiro.
O otimismo sobre a demanda atingiu 61,3 pontos, acima da média histórica de 59,6 pontos. Já a previsão relacionada ao número de empregos alcançou 54,6 pontos; a de compras de matérias-primas ficou em 58,8 pontos e a de exportações atingiu 51,6 pontos.
A amostra é feita com 1.449 empresas, sendo 838 pequenas, 413 médias e 198 grandes. O período de coleta foi de 31 de janeiro a 14 de fevereiro de 2011.
Fonte: Valor
