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25 fev 2011

Pessoa jurídica deve puxar crédito em 2011

são paulo – O segmento de pessoa jurídica deve ser o responsável pelo crescimento da carteira de crédito dos bancos neste ano. O fato deve-se às restrições impostas no final do ano passado pelo Banco Central (BC), para frear o consumo de pessoas físicas e conter a inflação. Os bancos de grande porte, após divulgação dos balanços do quarto trimestre, mostraram-se otimistas com a necessidade de maiores investimentos nas empresas brasileiras e projetam o crescimento deste ano em cima desta necessidade.

Para o professor de Finanças da ESPM Adriano Gomes, essa expectativa das instituições financeiras deve-se ao fato de no ano passado a contratação de crédito pelas empresas ter ficado represado em função do crescimento do consumo da população. “Acredito que as carteiras de crédito dos bancos vão crescer muito este ano puxado pelas empresas. No ano passado, isso ficou represado com a concessão de crédito à população”, explica o economista.

O Banco do Brasil pretende ter incremento de 17% a 20% em sua carteira de crédito ao longo deste ano e acredita que o setor imobiliário será o responsável por manter em ascensão as contratações de financiamentos. As construtoras e empresas interessadas em aumentar seu patrimônio adquirindo imóveis, poderão ser as responsáveis pela demanda de 60% dos empréstimos esperada pelo BB, segundo Paulo Rogério Cafarelli, diretor do banco.

“Começamos um movimento forte na pessoa física nos últimos meses, agora vamos intensificar as ações com as construtoras”, diz o executivo.

O Bradesco também mantém as projeções de crescimento de 19% neste ano, baseado na pessoa jurídica, que foi responsável em 2010 pelo crescimento de 20,6% de sua carteira de crédito, frente aos 19,6% apresentado pela contratação de crédito por pessoa física no acumulado do ano.

Para o professor de Finanças, além da representatividade do setor imobiliário na economia; varejo, logística e as empresas que atuam com o setor primário de mineração também podem ser as impulsionadoras da contratação de crédito junto aos bancos ao longo deste ano.

“Isso ocorre, primeiro pela necessidade dessas empresas em ter capital de giro e segundo pela política adotada pelo governo em apostar nas empresas, e não no consumo, para que a economia cresça”, explica.

Gomes ressaltou a necessidade dos bancos em readequar suas taxas e buscar novos produtos, para assim suprir esse demanda nova do mercado. “Taxas mais atrativas, novos produtos e o refinanciamento de débitos, serão fundamentais para este crescimento”, explica.

Bancos médios

As financeiras de médio e pequeno porte pretendem crescer acima da média do mercado, que é estimada em 20% para este ano. O Banco ABC, que no último ano apontou crescimento de 36% em sua carteira de crédito, não acredita em recessão este ano e prevê novamente um ano bom para a concessão de crédito. Segundo o porta-voz do ABC, Alexandre Sinzato, não será difícil manter o patamar do ano passado. “Não acreditamos em recessão, e para manter este ritmo continuaremos a diversificar nosso produtos para atrair novos clientes”.

O BicBanco, que atua apenas com pessoa jurídica, ao divulgar o balanço do quarto trimestre, informou que a carteira de crédito da instituição deve crescer mais que 20% neste ano e que os resultados passados foram consequência da implantação de projetos na instituição, além de investimentos na ampliação dos postos de vendas .

Ainda segundo o professor Adriano Gomes da ESPM, as empresas precisam ao longo deste ano suprir a demanda anterior, e por isso não ficarão preocupadas em procurar por crédito. “Os bancos ao perceberam essa demanda, vão diminuir as taxas e a contratação de capital de giro que anteriormente era muito cara, se tornará atrativa aos empresários”. O especialista ressaltou também a política mais cen