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30 maio 2012

Mercado de lutas abre caminho para pequenos negócios

MMA virou febre no País. Mais do que isso: tornou-se um evento que deverá movimentar R$ 1 bi até 2014


RENATO JAKITAS – O Estado de S.Paulo


Em três anos, o MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas) deixou de ser apenas um esporte para transformar-se em evento pop. Essa popularidade instantânea criou um mercado de consumo que pode chegar a R$ 1 bilhão nos próximos dois anos, segundo estimativas de empresários ligados ao setor.



E esse negócio emergente abre as portas para pequenos empreendimentos como a Naja Extreme, do paulista Eduardo Grimaldi. Faixa preta de jiu-jítsu, há cinco anos ele montou a empresa que atua com licenciamento de produtos relacionados ao MMA. Para tirar a ideia do papel, Grimaldi espremeu suas economias até o fim. “Tomei empréstimos e vendi o que tinha. Fui muito questionado se fazia a coisa certa”, lembra.


Ao fechar o balanço do primeiro trimestre de 2012, o empresário tem certeza que acertou. Com 14 categorias de produtos licenciados – de equipamentos para lutadores a uma linha de celulares -, ele prevê faturar R$ 30 milhões até o final do ano.


“Esse é um mercado que, estimamos, deve chegar a R$ 500 milhões em 2013 e R$ 1 bi em 2014”, analisa o empreendedor.


O professor de marketing esportivo Celso Foster, da ESPM, aponta uma explicação histórica para o sucesso do MMA – e dos empresários do ramo – no País. “A luta está dentro do ser humano. Os combates, após o atletismo, foram os primeiros esportes na história da humanidade com a luta greco-romana. Tem uma certa magia entre o público e esse tipo de evento”, destaca.


Magia e boa dose de estratégia. Isso porque o principal propulsor da popularização do esporte, tanto no Brasil quanto fora dele, é o UFC. A marca adquirida em 2001 pelo empresário Dana White por ‘modestos’ US$ 2 milhões hoje vale aproximadamente R$ 1 bilhão, segundo estimativa da revista Forbes.


“Tenho uma série de marcas para licenciar aqui, mas em 30 anos de carreira nunca vi um crescimento tão rápido em tão pouco tempo”, conta Marcus Macedo, dono do Grupo Exim, que cuida do licenciamento do UFC no Brasil.


“Hoje temos 22 parceiros no Brasil que faturam US$ 140 milhões (aproximadamente R$ 291 milhões) e eles têm previsão de 30% de crescimento para 2012”, revela Macedo. Os sócios Artur Regen e Paulo Galo, da Marcc4, fazem parte desses 22 parceiros. A dupla fechou contrato para produzir e vender peças de vestuário com a marca UFC no País. Em dois anos, a coleção já conta com 180 produtos diferentes. “Tínhamos oito funcionários em 2009. Agora são 70”, conta Regen, revelando um pouco da expansão da empresa.