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4 maio 2012

Indústria joga previsão de recuperação para o 2º semestre

SÃO PAULO – A recuperação da produção industrial deve ficar para o segundo semestre deste ano, na avaliação de associações setoriais consultadas pelo Valor.


O fraco desempenho da atividade registrado em março deste ano, que fechou o trimestre com uma queda de 3%, na comparação com igual período de 2011, não começou a ser revertido em abril. A aposta é que a partir de julho as medidas de incentivo à produção anunciadas pelo governo, como a desoneração da folha de pagamentos, junto com a queda da Selic e o câmbio em um patamar acima de R$ 1,90 se reflitam em aumento da produção.


O desempenho decepcionante do setor eletroeletrônico em março surpreendeu a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que esperava crescimento. A produção de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações caiu 6,9% em relação a fevereiro deste ano, com ajuste sazonal. Já no subsetor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, a queda foi de 0,8% na mesma comparação.


“As medidas de incentivo à indústria do governo ainda não surtiram efeito”, diz Luiz Cezar Rochel, gerente de economia da Abinee. “Acredito que, a partir do segundo semestre, a produção melhore e mude essa tendência de queda, principalmente em função das medidas de estímulo e considerando uma melhoria na taxa de câmbio, desde que ela flutue acima de R$ 1,90.”


Para Rochel, chama atenção o fato de a produção diminuir enquanto o faturamento do setor aumenta. O número de março ainda não foi fechado, mas a expectativa é que se fature cerca de 5% a mais no primeiro trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre de 2011. “Há uma dissociação entre negócios do setor e a sua produção. O que explica isso são os importados. As próprias indústrias devem estar aumentando suas importações”, avalia. A importação do setor, segundo a Abinee, cresceu 13% no primeiro bimestre de 2012, ante o mesmo período do ano passado.


O setor têxtil, que teve recuo de 3,4% na produção em março em relação ao mês anterior, amarga contração de 7,5% na produção no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado. O aumento de 51,4% nas importações de vestuário nos três primeiros meses, que por sua vez viu a produção encolher em 14,8% no período, também é a explicação do resultado negativo, na visão do presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) Aguinaldo Diniz Filho. “Não estamos participando do crescimento do mercado doméstico e a produção reflete isso”, afirma. Em abril, o resultado deverá vir negativo também para têxtil e confecção, segundo a entidade. “As vendas não estão reagindo”, diz.


A queda na produção do setor de máquinas e equipamentos em março foi de 0,8% frente a fevereiro. O resultado negativo já era esperado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que começou 2012 com queda nos pedidos recebidos. “Houve retração de 10% na carteira de pedidos [