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8 maio 2012

Muitas marcas em uma só Renner

MARINA GAZZONI – O Estado de S.Paulo


José Galló não tira fotos de braços cruzados ou com as mãos no bolso. ?Um é sinal de arrogância e o outro, de displicência?, justifica o presidente da Lojas Renner. No comando da rede desde 1998, ele diz prezar pela simplicidade na gestão e austeridade no controle de gastos. Mas neste ano, decidiu ousar. A convicção de que pode avançar no mercado brasileiro motivou Galló a desenhar o maior plano de investimento da história da Renner. A empresa investirá R$ 420 milhões em 2012, 40% a mais que no ano passado.


A maior parte dos recursos será aplicada na abertura e reforma de lojas. A empresa já tem 203 unidades -167 Renner, 33 Camicado e 3 da Blue Steel, sua marca para jovens – e quer mais 41 até o fim do ano.
As novas lojas trazem ao consumidor um modelo novo de exposição dos produtos. As 19 marcas próprias da empresa, como Blue Steel e Cortelle, ganham destaque no ponto de venda. Desde 2008, a empresa reúne os produtos na loja de acordo com os estilos de vida dos clientes, representados por marcas principais. ?A consumidora já percebia que um lado da loja reunia as roupas com que ela mais se identificava. Agora vai associar diretamente o estilo ?casual? com a marca Marfinno, por exemplo?, diz Galló. ?É uma atualização.?


Ao fortalecer suas marcas próprias, a Renner segue uma tendência internacional de varejistas como Macy?s e J.C. Penny, diz o consultor de gestão de moda Edson D?Aguano. ?Ela quer parecer uma grande multimarcas e dar a sensação para o consumidor de que a loja tem mais opções e vende mais.?


A Renner vai adequar as lojas antigas ao novo layout. Planeja reformas de grande e pequeno porte em 40 lojas neste ano. A missão é dolorosa. No primeiro trimestre do ano, os gastos com reformas e a perda de receita pelo funcionamento parcial das lojas contribuiram para a corrosão de 2,1 pontos porcentuais na margem Ebtida (lucro antes dos impostos, juros, depreciações e amortizações). ?Vamos recuperar quando as lojas estiverem prontas?, diz Gallo.


Mas sua confiança não é unanimidade. Para o analista da Fator Corretora, Renato Prado, a desaceleração das vendas do varejo pode fazer a recuperação do investimento demorar mais que o p