Topo
Sindivestuário / Indústria da Moda & Negócios  / Grifes americanas crescem na Europa
10 jun 2013

Grifes americanas crescem na Europa

Marcas dos Estados Unidos, como Ralph Lauren, Coach e Michael Kors, apostam no varejo europeu e aumentam sua presença com a intenção de assegurar uma parcela maior do mercado de luxo da região, cujas vendas somam € 74,2 bilhões.

A Michael Kors divulgou na quarta-feira aumento de 97% em sua receita na Europa no quarto trimestre fiscal e anunciou planos para dobrar sua presença no atacado e no varejo no continente nos próximos 12 meses.

“Estamos vendo grande atividade em todos os mercados locais europeus”, disse John Idol, executivo-chefe da grife de roupas e acessórios, durante conferência sobre os resultados na semana passada. A companhia registrou lucro anual recorde, de US$ 2,1 bilhões.
foto03emp-201-luxo-b8

Idol, da Michael Kors: “Somos uma das poucas empresas animadas com as atividades na Espanha, Itália e Grécia”

“Somos, provavelmente, uma das poucas empresas que podem dizer estar animadas com suas atividades na Espanha, Itália e Grécia, assim como em mercados mais fortalecidos, como Reino Unido, França e Alemanha”, afirmou Idol.

A Ralph Lauren, que obtém 20% das vendas anuais na Europa, projeta aceleração no crescimento graças ao avanço de sua rede de lojas nas áreas Leste e Central do continente, regiões ainda pouco exploradas pelo setor de artigos de luxo.

Outras marcas do mundo da moda, como Tory Burch e J Crew, também veem grandes oportunidades de crescimento no mercado europeu.

Tendo em vista o clima econômico sombrio que continua a pesar sobre os gastos dos consumidores tanto no Reino Unido, como na região do euro, uma investida tão expressiva no outro lado do Atlântico pode parecer sem lógica. Dados da consultoria Bain & Co., no entanto, mostram que a região europeia representou 35% de todas as vendas do setor de bens de luxo no ano passado, seguida pelas Américas e pela região da Ásia-Pacífico, com fatias de 31% e 20%, respectivamente.

O potencial de crescimento da Europa, além do nível elevado de gastos dos consumidores no continente, vem atraindo marcas americanas ao mercado de artigos de luxo do continente. Nos últimos meses, muitas delas começaram a se beneficiar com as estratégias de preço adotadas por concorrentes europeus.

Claudia D’Arpizio, sócia da Bain & Co., que trabalha em Milão, disse que os consumidores locais agora vêm se afastando de algumas marcas de luxo europeias, depois de seus preços terem sido elevados para equipará-los aos cobrados na China continental. Os turistas chineses foram responsáveis por cerca de 30% das vendas de artigos de luxo na Europa em 2012.

Algumas marcas europeias apresentaram vendas negativas ou estagnadas na região: em maio, o grupo italiano Tod’s, de acessórios, divulgou queda de quase 5% na receita total de seu trimestre mais recente, afetado pelo declínio no consumo em seus principais mercados locais.

© 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.