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25 fev 2011

Exposição traz moda do futuro a Barcelona

Criações mostradas no Museu Marítimo de Barcelona exploram ideias de luminosidade, sensação tátil e reciclagem



Na entrada da Futuro Textiles, estão os vestidos gêmeos (Sharewear) que se conectam entre si como um quebra-cabeças com o objetivo de ativar um sistema de iluminação


Até o início do mês de abril, uma das salas do Museu Marítimo de Barcelona (Catalunha, Espanha) recebe a exposição itinerante Futuro Textiles 3, criada pela associação Lille 3000 (França) e Associação de Coletividades Têxteis (ACTE), que reúne 70 cidades europeias com DNI industrial fashion. A ideia de futuro nos modelos de vanguarda em meados do século 20 era materializada em vestidos com armações que refletiam a sensação de movimento, a conquista das galáxias.


Já a moda do futuro retratada em Futuro Textiles é mais discreta, versátil e com uma característica de maior usabilidade. Para os idealizadores, a roupa do futuro tem também a qualidade de segunda pele. Por meio do processo de microencapsulamento, por exemplo, é possível armazenar substâncias hidratantes, perfumes ou ervas medicinais diretamente no tecido e que são liberadas durante a fricção com a pele.


Tal como uma pele que muda de cor ao sol, algumas roupas em comercialização já reagem à temperatura e trocam de cor: transformam-se em peças de cores mais claras (e que absorvem menos calor), passando por exemplo, do violeta para o branco, acabando com aquela sufocante sensação de extremo calor que ocorre quando usamos roupas escuras no verão.


Em vestidos, a sedução vem do sentido tátil ou de estímulos visuais. Então, o corpo humano transforma-se em uma interface. Longe da ideia de vestido parafernália pronto para sair por aí, a roupa do futuro deseja ser um convite de convivência, com toques de privacidade.



A roupa deve se transformar em uma segunda pele, segundo os criadores da


Logo na entrada da Futuro Textiles, o visitante encontra os vestidos gêmeos (Sharewear) que se conectam entre si como um quebra-cabeças com o objetivo de ativar um sistema de iluminação. Também está lá a criação da artista americana Alyce Santoro, de 2006, que é um mini-vestido negro, elaborado a partir de fitas de áudio (cassetes). E a peça produz sons quando colocada em contato um aparelho de reprodução de sons. A reciclagem também é o tema do vestido Dissolving Dress, de Helen Storey (2008). A roupa dissolve-se em contato com a água.


O estúdio holandês Roosegaarde brinca com a característica tátil: quanto mais a pessoa aproxima-se, mais o mini-vestido de lâminas eletrônicas de composite Intimacy torna-se transparente. ?O vestido se converte em uma segunda pele?, afirma Dan Roosegaarde.


Já o design americano , fabricado de espuma e que permite a livre circulação e, ao mesmo tempo, um certo isolamento também. Vem do estúdio americano também a maleta de viagem super leve Globetrotter, criada em 2007, a partir da fibra de carbono que resultou na fibra fibra 3X. A interação de sons e imagens em roupas está no moleton criado em 2009 pelo centro de tecnologia Cetemmsa (Catalunha, Espanha), com estampa em retângulos que emitem sons (dó, ré, mi, fá, sol, lá, sí), no maiô luminoso da equipe de natação espanhola, ou ainda no macacão de trabalho com tela comunicante (capaz de emitir mensagens).  O vestido com cruzes fotoluminosas Across the Wind, da criadora Peggy Housset, e o Tornado Dress, de Bárbara Layne, com fios condutores de luminosidade (