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31 jul 2012

Cynthia Hayashi: um retrato do artista quando jovem

Em muitos momentos, um estilista pode ser considerado um artista. Normalmente, ele é chamado assim quando consegue ir além das tendências efêmeras para apresentar ao mundo a sua tradução de elegância e estilo – ou mesmo a negação de tudo isso – de forma genial. Dior, Yves Saint-Laurent, Martin Margiela, Rei Kawakubo e Alexander McQueen são exemplos de criadores considerados artistas e que já deixaram sua marca na história recente da moda. Ser um artista, portanto, é o que almeja um jovem estilista nessa segunda década do século XXI? Não exatamente. Para uma das jovens que está despontando no mercado nacional, o sucesso depende do equilíbrio entre uma moda conceitual e comercial. A estilista Cynthia Hayashi, que lançou sua marca própria no Salão Casamoda, em junho, enxerga seu trabalho como um “estado de arte em moda e design”. Em outras palavras: “Sempre tive a noção de que preciso fazer algo vendável, e não apenas conceitualmente bom”, diz Cynthia, de 24 anos, que conseguiu um parceiro investidor, o grupo Deal, e assim vai viabilizar o projeto de 9 entre 10 designers de ter uma marca própria.

Nessa primeira etapa de vendas, os esforços foram centrados no atacado. A grife conquistou clientes como as butiques Dona Coisa, do Rio, Lisieux, de Fortaleza, Barbara Design, de Belo Horizonte, e D’Euforia, de Belém.

“O projeto de uma loja monomarca ficou apenas para o ano que vem”, diz Cynthia. “Primeiro o que queremos é formar um público consumidor.”

Nada mal para quem começou com uma lojinha nos fundos de casa, em Guarulhos, para receber suas primeiras clientes. Até chegar a concretização do business – que recebeu um investimento inicial de R$ 700 mil -, Cynthia se colocou à prova em mais de uma ocasião, a começar pelo concurso Ponto Zero, idealizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), pelo Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo (Sinditêxtil-SP) e pelo evento Casa de Criadores. Cynthia ganhou o prêmio em 2009 com sua coleção de formatura e conquistou o direito de participar do time de estilista da Casa de Criadores, onde ficou por quatro temporadas.

Mas foi o programa televisivo “Projeto Fashion” (versão brasileira do “Project Runway”), da TV Bandeirantes, que lançou Cynthia para o mercado. O programa, vencido por ela e que consistia em um reality show para jovens estilistas ajudou a divulgar o nome. Foram quase seis meses (o segundo semestre do ano passado) criando roupas e participando de provas para demostrar que sabia traduzir ideias em roupas vendáveis, criativas e bem acabadas – que eram julgadas por nomes consagrados do mercado, como o estilista Reinaldo Lourenço. “Mas o melhor de tudo foi que o programa me permitiu ver onde eu era boa: na alfaiataria”, diz a moça, apontada pelo júri do programa como extremamente perfeccionista, centrada e muito talentosa.

Por conta da vitória do “Projeto Fashion”, Cynthia vai lançar, em outubro, uma linha de roupas para as lojas Marisa. A coleção é focada em roupas de trabalho e ficará exposta num corner exclusivo dentro da loja. “Será uma coleção enxuta, com peças de alfaiataria com um estilo bastante alinhado com a cliente da Marisa”, diz a estilista.

Cynthia é formada em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina, de São Paulo. A mania pela qualidade levou a estilista a começar aos poucos. “Nesse começo não penso em fazer nada em gran