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1 jul 2021

Bernard Arnault: fortuna do magnata da moda é a 2ª maior do mundo

Quase todos os cinco homens mais ricos do mundo são do ramo da tecnologia. Um deles foge à regra e atua na indústria da moda. Bernard Arnault é chairman e CEO do grupo LVMH, maior conglomerado de luxo do mundo, que controla grifes como Louis Vuitton e Dior. De acordo com o ranking de bilionários da Forbes em tempo real, a fortuna estimada de Arnault era a segunda maior do mundo até a publicação desta matéria. Durante breves momentos, ele chegou a ocupar o primeiro lugar, inclusive nas últimas semanas.

Só entre março de 2020 e maio deste ano, o patrimônio de Arnault e família aumentou em US$ 110 bilhões, de acordo com a Forbes. O crescimento acelerado é fruto do desempenho da LVMH em meio à pandemia. Vem conhecer a trajetória desse magnata da moda!

Começo de um império

Engenheiro civil de formação, Bernard Jean Étienne Arnault nasceu no dia 5 de março de 1949, na cidade francesa Roubaix, e estudou na École Polytechnique, uma das escolas mais prestigiadas da França. A carreira do atual empresário começou na construtora Ferret-Savinel, que foi passada do avô materno de Arnault a seu pai.

A guinada definitiva para os negócios de luxo veio em 1984, quando ele adquiriu parte da holding Agache-Willot-Boussac, que também tinha uma participação do governo francês. À época, a empresa controlava a Christian Dior e a loja de departamento Bon Marché, mas passava por um momento difícil. Para a compra, pegou quantias milionárias emprestadas com a família e a financeira Lazard Fréres.

Arnault fez mudanças na companhia e assumiu o controle das operações depois que o governo da França vendeu a sua parte. Mantendo apenas a Dior e a Bon Marché, ele vendeu os demais negócios e renomeou a companhia como Financiere Agache. Nesse período, também demitiu cerca de 9 mil funcionários.

O executivo francês tinha a ambição de comandar o maior grupo de luxo do mundo. No fim dos anos 1980, desembolsou um montante de US$ 2,6 bilhões para se tornar o acionista majoritário do conglomerado LVMH, fundado dois anos antes a partir da fusão das empresas Moët Hennessy e Louis Vuitton. Em janeiro de 1989, foi eleito CEO da companhia e presidente do conselho administrativo.

A partir dali, Arnault acrescentou diversas marcas europeias tradicionais ao catálogo do LVMH, colocando-as de volta no radar do público internacional. O francês falhou ao tentar comprar algumas empresas, mas isso não atrapalhou a expansão de seu império. Em 1999, por exemplo, ele tentou adquirir a participação majoritária na Gucci, mas perdeu a disputa para François Pinault.

Rival público de Arnault, François Pinault comanda o grupo Kering, segundo maior conglomerado de luxo do mundo. Além da Gucci, a empresa detém grifes como Balenciaga, Alexander McQueen e Saint Laurent, entre outras propriedades, como a casa de leilões Christie’s. O valor da companhia é estimado em US$ 55,1 bilhões.

Relevância do grupo LVMH

Segundo dados oficiais publicados em novembro de 2020, a família Arnault é dona de 47,5% das ações do grupo LVMH, que controla 75 marcas. Só no segmento de moda e artigos de couro, a holding detém nomes como Louis Vuitton, Dior, Fendi, Givenchy, Celine, Emilio Pucci, Loewe, Kenzo e Marc Jacobs. Quando o assunto é relógios e joias, alguns exemplos são Bvlgari, TAG Heuer e Tiffany & Co.

O conglomerado também comanda várias marcas de bebida. A lista inclui Chandon, Hennessy e Dom Pérignon, entre outras. O portfólio da companhia também abrange segmentos como hospitalidade e varejo, a exemplo das redes Belmond e Sephora, além de marcas de cosméticos como Fenty Beauty, Acqua di Parma e Guerlain. Em 2013, o grupo chegou a ter pouco mais de 23% das ações da Hermès, mas foi obrigado a vender a maior parte após uma briga judicial com a marca.

Quando assumiu a direção da LVMH, em 1989, Arnault já era dono da maior parte da Christian Dior SE. No entanto, até 2017, o conglomerado só controlava totalmente a marca Christian Dior Parfums. A divisão de moda Christian Dior Couture passou a ser controlada pelo grupo naquele ano, depois que Arnault comprou o resto da marca que não pertencia a ele, estimado em 25%.

Anunciada em 2019, a compra da Tiffany & Co. é considerada a última grande jogada do conglomerado, mas houve turbulências e processos judiciais entre as duas partes ao longo de 2020. Em outubro do ano passado, ambas as empresas acertaram a aquisição no valor de US$ 15,8 bilhões, a maior compra feita até agora pela LVMH. Finalizada em janeiro, a transação é considerada a maior na indústria do varejo de luxo na história.

Posição de destaque

A fortuna de Bernard Arnault cresceu em um ritmo surpreendente nos últimos anos, como apontam as posições do empresário nos rankings anuais da Forbes. Na lista de bilionários da revista, ele apareceu no top 10 pela primeira vez em meados de 2005, como informa reportagem de David Dawkins. Àquela época, a fortuna do magnata da moda era de US$ 13 bilhões.

Já em 2018, o empresário francês passou a integrar o top 5 do ranking. No ano seguinte, subiu para a terceira posição, com US$ 76 bilhões. Desde então, alcançou o topo em certas ocasiões, como algumas horas do dia 24 de maio. Na última lista anual de bilionários da Forbes, divulgada em abril, Arnault ocupa a terceira posição, com US$ 150 bilhões.

FONTE METROPOLES