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22 maio 2012

Urgência contra o contágio

Com o agravamento da situação na Grécia e Espanha, os cenários se multiplicam sobre o futuro da zona do euro. E o contágio global começa a se materializar.


A união monetária volta para a beira do abismo. O que se tem hoje é o grande conflito entre problemas econômicos e políticas sociais, como nota o diretor-executivo para o Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior, falando em nome pessoal.


Existe uma exaustão política e social. A nova fase da crise evidencia a contradição inerente aos programas de ajustamento, que tendem a se auto-derrotar: o profundo corte de gastos derruba o nível de atividade, a receita cai e solapa o ajuste fiscal. A recessão em boa parte dos países membros agrava a situação dos bancos, a inadimplência cresce, eles param de emprestar e solapam a economia real.


Como a zona do euro representa uma grande parte da economia mundial, o contágio alcança o Brasil de maneira direta, pela queda da demanda europeia, exportando menos para o bloco europeu; e indireta, porque afeta o dinamismo de parceiros importantes brasileiros, como a China. A oferta de crédito internacional está secando e aumentam os prêmios de risco.


O grande problema é que o choque externo recessivo pega a economia brasileira quando está crescendo menos. Nogueira nota que o nível da atividade da indústria está fraco. Mas ele acha que a economia brasileira está possivelmente mais preparada do que em fins de 2008, com alguns amortecedores importantes, como situação fiscal boa, compulsórios bancários altos, bancos públicos aumentando a oferta de crédito, etc.


Ao seu ver, agora o governo precisa verificar se medidas já tomadas, como incentivos fiscais localizados, provocam reação suficiente ou se é necessário calibrar com ações adicionais.


Em todo caso, ele considera que a taxa de juro pode sofrer mais reduções. E vê a depreciaçã