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18 maio 2012

Cambuci reposiciona Penalty e cresce 28%

O reposicionamento da marca Penalty em um nicho mais sofisticado do setor de artigos esportivos impulsionou um avanço de 28% na receita da Cambuci, para R$ 71,2 milhões no primeiro trimestre em relação a um ano antes. Daqui para frente, o desafio da companhia é ampliar a sua eficiência. Isso passa por melhoria de processos industriais, controle de despesas operacionais e alongamento da sua dívida, que atingiu pico histórico de R$ 118 milhões em março.


Listada no segmento tradicional da bolsa desde de 1984, a Cambuci é uma empresa familiar fabricante das marcas Penalty e Stadium, de vestuário, calçados e equipamentos para o segmento esportivo. Cerca de 60% do seu capital está nas mãos da família Estefano. Mais de 80% do restante das ações em circulação no mercado pertence a fundos estrangeiros. Na bolsa, a Cambuci vale R$ 86,8 milhões, pouco mais de duas vezes o seu patrimônio líquido.


A companhia vinha de sucessivos prejuízos desde 2000 até a sua inclusão no Programa de Recuperação Fiscal (Refis), em 2009. De lá pra cá, está no azul.


Roberto Estefano, presidente da Cambuci, explica que ano passado a empresa precisou se endividar para fazer os investimentos necessários para reestruturar a marca Penalty e posicioná- la no segmento voltado para as classes A e B. A Stadium permanece com foco nas classes C, D e E. “Onde a Stadium não atende mais é onde começa o mercado da Penalty”, explica.


O resultado da nova estratégia foi um aumento de cerca de 15% nos preços dos produtos Penalty em um ano, o que impulsionou o avanço de 12,5% na receita, para R$ 278,8 milhões em 2011, em relação a 2010. “Houve também um crescimento do volume”, diz.


No entanto, o crescimento de despesas com marketing e reestruturação da cadeia de fornecimentos, além da piora do resultado financeiro, pesaram sobre a performance na última linha. No ano passado, o lucro líquido ficou em R$ 6,7 milhões, em queda de 29,2%, em relação a 2010.


No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido avançou em ritmo abaixo do salto em receita. Com relação ao mesmo período de 2011, cresceu 10, 2%, para R$ 1,1 milhão, pressionado por uma maior despesa financeira.


Segundo Estefano, uma das prioridades da companhia este ano é alongar a sua dívida de curto prazo (R$ 58,2 milhões). “Estamos em fase final de aprovação de um financiamento [de R$ 10 milhões] com BNDES”, conta.


A companhia visa investir os recursos com objetivo de manter a alta de 1,5 ponto percentual, para 45,6%, na sua margem bruta do trimestre. A melhora do indicador foi resultado não só aumento do preços, mas também da aplicação de processos fabris mais eficientes, após inv