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12 abr 2013

Emprego industrial fica estável e se descola da produção da indústria

‘Por causa do custo de demissão, o empresário está preferindo manter os empregos’, avalia IBGE


Fernanda Nunes, da Agência Estado

 O mercado de trabalho na indústria apresenta comportamento descolado da produção industrial, destacou Rodrigo Lobo, economista da coordenação da Indústria, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto a produção industrial avançou em janeiro (+2,6%) e caiu em fevereiro (-2,5%), o emprego industrial se manteve estável nos dois meses, tendo apresentado taxas de 0,0% na série com ajuste sazonal, dentro da Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário (Pimes), divulgada hoje.

“Por causa do custo de demissão, o empresário está preferindo manter os empregos. À medida que o quadro da produção for contínuo, o mercado de trabalho vem a reboque”, afirmou Lobo.

Ainda assim, a indústria permanece elevando os salários pagos. O valor da folha de pagamento real avançou 2,8% ante janeiro e 2,5% em comparação a fevereiro de 2012. A avaliação do IBGE é de que os ganhos ocorrem nos centros de produção mais dinâmicos, onde estão os empregados mais qualificados. “Quem permanece empregado tende a ganhar mais com a passagem do tempo”, afirmou o economista.

O cenário é o mesmo em São Paulo, onde, ante fevereiro de 2011, o número de pessoal ocupado caiu 1% e as horas pagas, 2,2%. Porém, o valor da folha de pagamento avançou 1,7%.

Assim como na média do País, o quadro é de redução da carga horária para conter os empregos e retenção da mão de obra mais qualificada. Em fevereiro, os principais resultados negativos, em todo o território nacional, partiram de setores intensivos em mão de obra, que sofrem concorrência direta com produtos importados. É o caso do setor de vestuário (-7,6%), calçados e couro (-9,1%), têxtil (-6,8%). As taxas são relativas à comparação com fevereiro de 2012, única base de comparação divulgada pelo IBGE.

Horas pagas

O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria cresceu 0,1% de janeiro para fevereiro. Já em comparação a fevereiro do ano anterior, a taxa recuou 2,3%, o décimo oitavo resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e a queda mais intensa desde dezembro de 2012 (-2,6%).

Na comparação anual, as taxas foram negativas em 12 das 14 regiões pesquisadas e em 12 dos 18 ramos. As principais influências negativas partiram de vestuário (-7,6%), calçados e couro (-9,1%), têxtil (-6,8%), outros produtos da indústria de transformação (-5,3%), meios de transporte (-3,1%), máquinas e equipamentos (-2,6%), papel e gráfica (-2,8%) e madeira (-5,8%). Em contrapartida, o setor de borracha e plástico (1,4%) assinalou o principal resultado positivo no mês.