Acostumado à rotina das transportadoras, o empresário Marcelo Florio, 36 anos, passou exatos 12 meses planejando como funcionaria a pequena empresa de logística que desejava abrir. A tarefa, aparentemente simples para quem lidava com a área de transportes, tinha um diferencial. Florio queria atuar exclusivamente no ramo de moda, marcado pela sazonalidade, que exige muita especialização e demanda grandes efetivos em datas como o Dia das Mães e o Natal, por exemplo. “Existia uma grande lacuna no mercado, porque a maioria das empresas de logística não está disposta a ficar ociosa quatro meses por ano”, diz.
O empresário decidiu pesquisar o mercado a fundo e entendeu que existiam basicamente duas vertentes que se complementavam: a das grifes, com a sazonalidade típica do setor, e a dos fabricantes de produtos atemporais, como lingerie. Estava resolvida a equação. A Log Fashion entrou em operação no início de 2010, na capital paulista, atendendo aos dois públicos do universo da moda, que movimenta 5 bilhões de peças por ano, 50% delas na região Sudeste.
Com a ajuda de um investidor anjo, Florio aplicou R$ 1 milhão na aquisição de software de gestão, na informatização da operação e na instalação de um armazém para estoque e manuseio das cargas, além do braço de transporte composto por seis caminhões. “A ideia era chegar ao mercado como uma operação logística completa, diferente do perfil das pequenas operadoras existentes no mercado”, diz.
A área de 2.000 m2 destinada ao recebimento, manuseio, embalagem, etiquetagem e distribuição das peças, controladas por cor, tamanho e tipo de produto, já está pequena. Deverá ser dobrada até 2012. “Realizamos um trabalho diferenciado. Nossa equipe coloca as peças no cabide, instala alarmes de segurança na costura certa, estampa os códigos de barra nas embalagens e ainda pratica a logística reversa, retirando das lojas o material descartado como caixas de papelão, sacos plásticos e cabides”, conta Florio.
De indicação em indicação, a Log Fashion saltou de quatro clientes no início de 2010 para 20 em meados deste ano, entre eles, seis multinacionais, que podem acompanhar online a posição de suas peças no processo. O volume de peças despachadas cresceu de 400 mil unidades mensais para 1 milhão. Com faturamento estimado para esse ano de R$ 6 milhões, a Fashion Log já estuda instalar armazéns no Rio de Janeiro e em Santa Catarina. (K.S.)
Fonte: Valor
