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30 ago 2012

Têxteis, vestuário e calçados ainda têm estoques excessivos, diz a FGV

O setor têxtil ainda se encontra com nível desconfortável de estoques, mostrou nesta segunda-feira a Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com a pesquisa, em agosto 16,5% das empresas do setor afirmaram estar com estoques considerados excessivos, enquanto apenas 2,3% disseram que o nível era insuficiente.

Aloísio Campelo, coordenador da sondagem, destaca, no entanto, que houve melhora do nível de estoques para o setor. Em junho, a diferença entre as empresas com estoques excessivos e insuficientes era de 31,7 pontos em junho. Hoje, está em 14,2 pontos. No conceito da FGV, quando essa diferença é superior a 10 pontos percentuais o setor encontra-se superestocado.

O quadro para o setor de vestuário e calçado, que desde o início do ano conta com desoneração da contribuição previdenciária da folha de pagamento em troca de alíquota sobre a receita bruta, também ainda é de acúmulo de produtos não vendidos. Das companhias do setor que responderam à sondagem da FGV, 10,3% disseram ter estoques excessivos, enquanto nenhuma considerou os inventários insuficientes.

De acordo com Campelo, como em apenas dois dos catorze segmentos industriais monitorados pela FGV ainda não há normalização do nível de estoques, o resultado não é preocupante para a indústria como um todo, que segue no processo de normalização dos inventários. Em agosto houve queda de 0,5% dos estoques na comparação com julho, feitos os ajustes sazonais.

Emprego recua

O emprego previsto para os próximos três meses na indústria de transformação recuou 1,6% em agosto, na comparação com julho, feitos os ajustes sazonais, segundo a Sondagem da FGV. Esse é um dos itens que compõe o Índice de Expectativas, que no período aumentou 0,3%, menos do que a alta de 2,4% do Índice de Situação Atual. No período, a confiança do setor avançou 1,5%.

Das empresas que participaram da pesquisa 23,4% relataram que o nível de emprego deve aumentar entre agosto e outubro, 0,1 ponto a menos do que em julho. Por outro lado, aumentou em 1,7 ponto percentual, para 12,7%, o total de empresas com previsão de redução de emprego para os próximos três meses.

Para Aloisio Campelo, coordenador da Sondagem, a evolução recente do nível de emprego é reflexo da cautela do setor, que ainda não está plenamente confiante com a retomada no segundo semestre. Além disso, diz, por causa da rigidez do mercado de trabalho brasileiro e da falta de mão de obra qualificada os empresários preferiram reter trabalhadores e agora não têm pressa para aumentar o ritmo de contratações, avalia Campelo.

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