Os brasileiros Guilherme Bastos e Hélcio Nobre se conheceram há 11 anos, quando participavam de um MBA na Stanford University Graduate School of Business, no Estado da Califórnia. Desde então, não saíram mais do Vale do Silício. Passaram por diferentes empresas, sendo que Bastos ficou oito anos na gigante de comércio eletrônico eBay e Nobre passou cinco anos no PayPal, serviço de pagamento eletrônico do eBay. No ano passado, eles deixaram seus empregos para abrir um negócio próprio. Com o indiano Abhijit Das, ex-eBay, fundaram em San Francisco a Dabee, uma mistura de rede social e comércio eletrônico.
No site, o internauta cadastrado inclui no perfil produtos que tem interesse de comprar. O usuário também pode ter acesso ao perfil de compras de seus amigos. Com base no cadastro, a Dabee faz uma busca em lojas on-line dos Estados Unidos dos produtos de interesse do usuário.
Se o usuário inclui na lista um tênis de corrida, por exemplo, o site busca o item em lojas on-line e apresenta sugestões de compra para o internauta. Os valores sugeridos incluem o preço oferecido em cada loja, gastos com frete, impostos e outros custos.
A Dabee dispõe no site produtos das áreas de eletroeletrônicos, jogos, música, moda, beleza, automotivo, artigos esportivos e utilidades domésticas de qualquer parte do mundo. Guilherme Bastos, sócio e executivo-chefe da Dabee, diz que o objetivo principal é permitir que os internautas tenham acesso principalmente a produtos segmentados, que não são encontrados facilmente, como óculos de mergulho, pranchas de surf, estátuas de jardim e objetos de design. “Essa era uma lacuna que havia no comércio eletrônico e que esperamos que seja atendida com o site”, afirma Bastos.
O executivo observa que o mercado mundial de comércio eletrônico movimenta por ano aproximadamente US$ 80 bilhões. O Brasil representa em torno de 8% das vendas mundiais, mas deve crescer 25% neste ano. “O volume de transações feitas por brasileiros no exterior também vem crescendo e a meta é atingir esse público crescente”, diz Bastos. A ideia de criar a rede social surgiu de experiências que os dois sócios brasileiros viviam sempre que vinham ao Brasil. “Nossas casas pareciam um entreposto comercial. Recebia todo tipo de encomenda dos Estados Unidos. O que fizemos foi unir isso ao grande interesse dos brasileiros pelas redes sociais”, afirma.
O serviço começou a funcionar em março de 2011. Até o momento, acumulou 60 mil usuários distribuídos em 51 países, incluindo Chile, Índia, Espanha, Argentina, Austrália, China e França. A meta da companhia é atingir 3 milhões de usuários cadastrados até 2013. Bastos diz que 95% das vendas efetuadas até o momento foram produtos adquiridos nos Estados Unidos, mas a Dabee também está preparada para atender a pedidos em lojas on-line de outros países.
No Brasil, o site será lançado neste mês em língua portuguesa e a companhia espera atingir 500 mil usuários até o fim do ano. Na versão brasileira a Dabee incluiu diferentes formas de pagamento além do cartão de crédito, como boleto bancário e venda a prazo. “Quisemos oferecer uma experiência de compra similar à realizada pelas lojas do Brasil”, afirma Hélcio Nobre, sócio e executivo de operações (COO) da Dabee.
