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26 set 2012

Quem é o homem mais poderoso do luxo na internet

Quando uma multidão de aficionados por moda se dirigir hoje para a Semana da Moda de Paris, a ela vai se juntar uma figura onipresente e ainda assim, pelos padrões desta indústria movida pelo ego, de visibilidade muito pequena.

Federico Marchetti é o presidente-executivo da Yoox Group, a companhia italiana de tecnologia que pode muito bem ser o participante de bastidores mais poderoso do mundo do luxo on-line.

Além de vender artigos de luxo por meio de suas próprias lojas na internet, a Yoox tornou-se a parceira preferida para operar as chamadas lojas “mono-brand” (de uma única marca) em nome de alguns dos maiores nomes do setor, de Valentino e Armani a Pringle e Alexander Wang.

A posição de Marchetti foi reforçada no mês passado com a formação de uma joint venture com a PPR para a administração das operações de e-commerce das marcas de luxo do grupo francês – Bottega Veneta, YSL, Sergio Rossi e Alexander McQueen.

É a primeira vez que um grande grupo de artigos de luxo faz uma parceria formal com uma companhia de tecnologia em suas operações globais de varejo na internet. A Yoox atende 101 países em 11 idiomas e possui escritórios em Xangai, Tóquio, Europa e Estados Unidos.

No ano passado, sua receita atingiu ? 300 milhões e no primeiro semestre deste ano chegou a ? 172,9 milhões, um crescimento de 31,7% sobre o mesmo período de 2011. No entanto, o lucro líquido do primeiro semestre teve uma queda de 26% para ? 2,2 milhões, afetado pelo aumento dos investimentos e pelos juros maiores.

Em 2009, Marchetti abriu o capital da Yoox, na única oferta pública inicial de ações italiana realizada naquele ano. O preço das ações foi fixado em ? 4,50. Na segunda-feira elas estavam cotadas a ? 10,49. Marchetti mantém uma participação de 11% na companhia.

Rodrigo Bazan, presidente da marca Alexander Wang, diz: “Se você quiser uma operação global de e-commerce, simplesmente não há alternativas”.

Cada vez mais as grifes almejam as operações globais de comércio eletrônico. As vendas on-line de artigos de luxo somaram ? 6,2 bilhões em 2011, segundo a Altagamma, a associação das fabricantes italianas do setor, e a consultoria McKinsey. Elas devem atingir ? 15 bilhões até 2016, com a China superando os Estados Unidos.

“Com as questões logísticas, fiscais, de serviços ao cliente e o problema das fraudes, o comércio eletrônico mundial é incrivelmente complicado. Fazer isso por conta própria para uma marca é quase impossível”, acrescenta Bazan.

Marchetti, de 43 anos, concebeu sua companhia em 1999, quando era um consultor júnior da Bain & Co. em Milão. Ele elaborou um plano para uma empresa que “seria uma parceira global para as grandes marcas de artigos de luxo”.

Ele conta: “Eu acreditava piamente que as lojas monomarca eram o futuro para as grifes de produtos de luxo na internet, porque elas permitem que as empresas controlem sua imagem, seus preços e consigam dados diretamente dos clientes. Mas na época, as companhias do mundo da moda eram muito avessas