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27 set 2012

Por que executivos têm medo de 140 caracteres?

No começo do mês, quando Jeffrey Immelt tuitou pela primeira vez, o “Olá Twitter” do diretor-presidente da General Electric Co. recebeu um punhado de réplicas insolentes, incluindo a seguinte: “@JeffImmelt como é que meu avô chegou no twitter antes de você?”

Immelt pode até ter chegado tarde, mas sua estreia no site de microblogs faz dele uma raridade entre presidentes, que em geral mantêm distância de sites sociais – mesmo quando sua empresa recorre ao meio para conversar com clientes e buscar novos negócios.

Presidentes de empresas estão sob pressão para parecerem acessíveis e “autênticos”, mas os sites de relacionamento social – com sua demanda de intervenções rápidas e espontâneas que rapidamente podem ganhar caráter viral – trazem risco para altos executivos e as empresas que representam, na forma de ações na Justiça, vazamento de segredos comerciais ou clientes irados.

Muitos diretores de empresa se dizem ocupados demais para perder tempo postando mensagens de 140 caracteres no Twitter ou retuitando posts de seguidores. Além disso, para algumas empresas o retorno que a presença no site traria pode parecer incerto, pois não há correlação direta entre o número de seguidores no Twitter e vendas.

Pelo menos um especialista em liderança considera míopes esses argumentos. A maioria dos presidentes deveria aceitar que marcar presença em redes sociais é parte das atribuições do cargo, diz Bill George, ex-diretor-presidente da Medtronic Inc., professor de administração da Faculdade de Administração Harvard e tuiteiro contumaz. “As pessoas querem um diretor-presidente que seja real. Querem saber o que você pensa”, diz George, acrescentando: “Você consegue imaginar um meio mais eficaz de chegar aos clientes e ao pessoal da empresa?”.

A fabricante amerciana de sucos Ocean Spray Cranberries Inc. está pressionando seu diretor-presidente, Randy Papadellis, a começar a tuitar. Mas quando Papadellis disse em uma entrevista recente que usaria um de seus primeiros tweets para dizer que beber suco de cranberry (uma fruta da família da groselha) antes de comer sushi ajuda a prevenir intoxicação alimentar, sua diretora de comunicação, Cindy Taccini, vetou a ideia. É que a tese nunca foi clinicamente comprovada, explicou.

De cada dez presidentes de empresas do ranking Fortune 500, sete não têm presença em grandes redes sociais como Twitter, Facebook, LinkedIn, Pinterest e Google+, segundo relatório recente do site CEO.com e da empresa de análises Domo.

Entre aqueles que estão nessas redes, 4% têm uma conta pública no Twitter e 8% usam o Facebook sob o próprio nome, segundo o estudo feito em maio. A título de comparação, 34% de todos os americanos estão no Twitter e 50% usam o Facebook.

Dirigentes empresariais como Marissa Mayer, da Yahoo Inc., e Omar Ishrak, da Medtronic, parecem ter achado um equilíbrio entre o pessoal e o profissional em sua conta no Twitter.

Quando foi contratada para dirigir a Yahoo, que anda