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27 set 2012

Analistas esperam IGP-M menor neste mês

A escalada dos preços do milho e da soja em função da quebra de safra nos Estados Unidos deve perder força em setembro, avaliam economistas, e por isso a expectativa é que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) se desacelere em relação à alta de 1,43% registrada em agosto. De acordo com a média das estimativas de dez consultorias e departamentos econômicos de instituições financeiras consultados pelo Valor Data, o índice deve subir 0,9% em setembro, com intervalo de projeções entre 0,8% e 1,02% de avanço. O resultado oficial será divulgado hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

No mês passado, a soja e o milho se destacaram como as principais pressões no atacado, ao subirem 10,72% e 20,33%, respectivamente, refletindo o choque de oferta causado pela seca que afetou a colheita desses produtos nos Estados Unidos. “Agora, a tendência é de acomodação. Pode ser que haja uma devolução de parte das altas acumuladas nas últimas semanas, mas ainda é cedo para dizer”, observa Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.

Pelas leituras mais recentes dos IGPs com diferentes períodos de coleta, é possível notar que os reajustes de preços dos alimentos, no atacado, estão perdendo fôlego. No IGP-M de agosto, por exemplo, os produtos agropecuários subiram 6,07%, variação que passou a 5,19% no IGP-DI e a 3,83% no IGP-10 deste mês. A Tendências projeta que no IGP-M de setembro a alta será de 2,70%.

Fabio Romão, economista da LCA Consultores, calcula que o preço do milho deve recuar 0,77% na leitura de setembro do IGP-M, enquanto a soja ainda terá avanço forte, de 3,99%, embora bastante inferior ao observado no mês anterior. “A alta dos alimentos no atacado é menor, mas ainda significativa. Começamos a perceber pressões que têm importantes desdobramentos no resto da cadeia”, afirma o economista, referindo-se a bovinos, que de deflação de 1,2% em agosto deve passar a aumento de 3,2% neste mês, estima Romão.

Os produtos industriais, na avaliação da consultoria, também devem apresentar aceleração de preços, com a alta chegando a 0,64% em setembro, ante avanço de 0,47% no mês anterior, devido a pressões em diversos segmentos, como têxteis, couro e calçados, em decorrência da troca de coleções – o que também deve ter efeito sobre os preços ao consumidor.

Além disso, Romão destaca que há a expectativa de deflação menos intensa em minério de ferro. Após a queda de 3,35% na commodity em agosto, ele considera natural que as reduções de preços sejam menores neste mês. Priscila Godoy, da Rosenberg & Associados, faz a mesma avaliação. “Se houver alguma queda de preços do minério, será residual”, diz a economista ao ressaltar que os preços da matéria-prima já começaram a subir no mercado internacional. Os produtos industriais, estima a Rosenberg, devem avançar 0,57% em setembro.

A Tendências, no entanto, acredita que os industrializados devem contribuir para que a inflação no atacado seja menor neste mês do que em agosto. A alta estimada pela consultoria para o IPA, de 1,01% em setembro, abaixo da elevação de 1,99% em agosto, embute também menor pressão por parte desses itens. As contas da consultoria indicam aumento de 0,40% no grupo de industrializados em setembro, ante a al