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25 set 2012

Quase 20% das lojas têm estoque elevado

MÁRCIA DE CHIARA – O Estado de S.Paulo

Os estoques ainda elevados nas lojas e a antecipação de consumo de geladeiras, fogões, máquinas de lavar e carros, provocada pelo corte dos impostos sobre esses produtos durante os últimos meses, jogam contra o crescimento significativo no volume de encomendas do comércio às indústrias para este fim de ano.

Entidades representativas do comércio projetam elevação do volume de vendas no varejo em dezembro na casa de um dígito e inferior ao resultado obtido no mesmo mês do ano passado, quando as vendas aumentaram 6,7% na comparação com 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) projeta crescimento entre 4% e 5% nas vendas de dezembro deste ano em relação às de 2011. Já a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) leva em conta uma alta de 3% a 4%, nas mesmas bases de comparação.

Isoladamente, no entanto, varejistas têm prognósticos mais favoráveis, com taxas de crescimento de dois dígitos para o fim do ano. Nessa conta, eles consideram a hipótese que vão conseguir conquistar fatias de mercado da concorrência.

Mas o peso dos estoques ainda incomoda o varejo. Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) com 6 mil varejistas mostra que quase 20% das empresas do comércio consultadas informaram que tinham um volume de produtos acima do adequado no mês passado. “O consumo antecipado e o estoque alto no varejo podem jogar areia no Natal”, avalia o chefe do Departamento Econômico da CNC, Carlos Thadeu de Freitas.

Na indústria o cenário é diferente. Prévia da sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV) deste mês revela que os fabricantes de bens duráveis já conseguiram passar para frente o encalhe de itens de consumo de maior valor, como automóveis e televisores.

Uma prova de que o ajuste está em curso nas fábricas é que, nesses dois segmentos, televisores e automóveis, cresceu este mês a fatia de empresas que já começam a ter volumes insuficientes para atender a demanda. “Os estoques na indústria tiveram um ajuste por causa das medidas de desoneração que foram tomadas”, observa o consultor da FGV, Jorge Ferreira Braga. Tanto é que há fila para compra de alguns modelos de veículos.

Porém o ajuste de estoques na indústria não é generalizado entre os setores. No segmento de vestuário e calçados, por exemplo, 9% das empresas estão com volume excessivo de produtos este mês, ante 10,3% delas em agosto. Por dois meses seguidos, agosto e setembro, não há empresas desse segmento com estoques insuficientes, revela a sondagem.

Conta-gotas. Na Zona Franca de Manaus, que concentra a produção de eletrônicos e motos do País, as encomendas para o Natal estão a conta-gotas, diz o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam),