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28 fev 2013

Milão desfila elegância entre mínimos e máximos

Juventude versus tradição; burguesia versus movimento popular; sensualidade versus austeridade; cabe tudo numa semana de moda milanesa. Tudo em nome das vendas, claro. O que acontece é que, enquanto grifes como Salvatore Ferragamo e Emilio Pucci tentam tirar o pó do visual – rejuvenescendo sua coleção -, Prada e Giorgio Armani não fazem concessões ao “mood” contemporâneo. Ambos revisitaram o próprio estilo, preferindo um passado certo a um futuro duvidoso.

Já a Fendi – outra marca consagrada – correu por fora mostrando que não apenas de passarela se vive: há muito marketing social a ser explorado para dar aquela força à imagem das casas italianas. A grife anunciou oficialmente o patrocínio da recuperação de fontes históricas da cidade de Roma – entre elas a Fontana di Trevi. Uma ótima estratégia de branding na opinião de especialistas no assunto.

“Trata-se de uma iniciativa muito positiva da Fendi, sobretudo porque a ação tem tudo a ver com a marca, que faz parte da história italiana”, diz Caio Esteves, sócio-diretor da agência de branding CEB+D. Ações desse tipo, diz Esteves, “alinhadas” com o DNA da grife, só podem trazer benefícios à imagem da mesma. “Como arquiteto, lamento que não haja muitas iniciativas como essa entre as marcas de moda brasileiras.”


Desfile da grife Emilio Pucci: uma das marcas que tentou tirar o pó do visual

Outra grife que é parte do legado italiano de moda, a Giorgio Armani foi fiel à tradição na passarela. Em um movimento “back to 80’s”, mostrou mulheres-executivas com todo o requinte que lhes é de direito. São mulheres que vestem cinza, durante o dia, e preto-com-bordado, à noite; que são sensuais, sem vulgaridade, e escolhem a roupa pela durabilidade (de estilo, inclusive) e não pelas tendências de moda. As calças vão ao contrário da corrente e mantêm-se mais largas e confortáveis – para vestir uma mulher que não é mais menina. Há os paletós de sempre: ora quadrados, curtos e sem lapela, ora com desenho clássico e levemente acinturados. Até os adornos de cabeça pareciam saídos de uma passarela dos anos 80.

A Prada homenageou a si mesma com uma coleção austera e que remete a outras criadas pela a estilista Muccia Prada – tudo com aquela aparência “vintage” que os fãs da marca adoram. Por isso mesmo, a coleção já nasce “hit”.

A coleção da Pucci vibrou numa sintonia retro (anos 60/70), mas acrescentou jovialidade ao visual. Para quem ainda duvidava que a grife, nascida nos anos 50 do século XX, poderia vestir as moças de hoje, o desfile mostrou saias e vestidos supercurtos, combinados a botas que cobriam até as coxas das modelos.

Se em alguns momentos a citação ao final dos anos 60 – e à beleza de mulheres como a modelo inglesa Jean Shrimpton – foi literal, noutras ela passou apaziguada por misturas atuais. Caso da combinação de short de couro com blusa de renda e casaco de pele – que poderia muito bem vestir qualquer