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30 ago 2012

Mais grifes argentinas abrem lojas no Brasil

Com uma economia cinco vezes menor do que a brasileira, a Argentina marca presença no varejo, em especial de moda, do Brasil, e não o inverso. A vigésima quinta marca originada na Argentina instalou-se no Brasil na semana passada, com a abertura simultânea de duas lojas da butique Rapsodia em São Paulo, nos shopping centers JK e Market Place.

São apenas doze brasileiras com pontos de venda próprios no mercado argentino, segundo levantamento de uma consultoria ligada à Associação Argentina de Marcas e Franquias.

A internacionalização tem sido uma saída para as empresas argentinas contornarem dificuldades como a escala reduzida e a instabilidade econômica, garantindo uma fonte segura de receita em moeda estrangeira. E nesta rota, o Brasil raramente é o ponto de partida. De acordo com o gerente geral da Rapsodia, Diego Barba Gallo, antes de chegar ao Brasil a butique fincou raízes no Uruguai, Chile, México, Colômbia e Venezuela. Com as duas lojas paulistanas, são 38 pontos de venda no exterior, ante os 23 na Argentina.

Em suas lojas no exterior, a Rapsodia – a 11ª marca de moda argentina a abrir operação no Brasil – continua trabalhando com fornecedores do mundo inteiro, sem as restrições para importações e para manutenção dos estoques que enfrenta na Argentina. O Brasil foi um passo mais cauteloso dado o volume do investimento: para montar as duas lojas, a butique mantida pelo político e empresário de comunicação Francisco de Narvaez, a ex-modelo Sol Acuña e a estilista Josefina Higuera investiu R$ 5 milhões.

Como o faturamento médio anual é de US$ 2,5 mil o metro quadrado, cada loja pode render US$ 250 mil, o que projeta um prazo de retorno superior a cinco anos. A Rapsodia não divulga sua receita. Mas Barba Gallo calcula que o investimento no Brasil é três vezes superior ao da montagem de uma loja análoga na Argentina.

A Rapsodia optou por expandir-se com lojas próprias, mas o uso de franquias tem sido a via preferencial da internacionalização argentina. Segundo um levantamento feito por Agustin Bidoglio e Carlos Canudas, diretor da Associação Argentina de Marcas e Franquias, até a primeira metade deste ano existiam 113 empresas argentinas com franquias no exterior, ante 91 franqueadoras no Brasil e 83 franqueadoras do México. O dado impressiona mais quando se leva em conta que a Argentina conta com 500 franqueadoras no total, enquanto o Brasil contava em 2009 com 1.643 redes, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Ou seja: de cada cinco redes argentinas, uma se internacionalizou, enquanto no Brasil a proporção é de uma para vinte.

O perfil das marcas e franquias argentinas no exterior também é bastante diferente do brasileiro, em que predominam lojas de alimentação rápida e escolas de idiomas. Das 113 marcas argentinas no exterior, 54% são de vestuário e 19% de alimentação. Das brasileiras, menos de 10% são de roupas.

Até os anos 90, o setor de vestuário na Argentina era conhecido pela integração vertical e pela tradição. A camisa e a marca pólo surgiram no país, ligadas ao esporte, e a Alpargatas, hoje controlada pela brasileira Camargo Corrêa, é uma das empresas listadas em bolsa mais antigas do país, aberta em 1885.

“Era um setor protegido da competição internacional, que