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5 jul 2011

Frio ajuda a aumentar vendas neste ano

Os paulistanos estão sentindo muito frio neste inverno. Na terça-feira da semana passada, a temperatura chegou a 6,1°C na cidade, a mais baixa em oito anos. Mais ao Sul, em Florianópolis, os termômetros registraram 2,7°C naquela madrugada, recorde de baixa de dez anos. Ontem, o frio voltou a castigar as duas capitais e a previsão para os próximos dias continua a indicar baixas temperaturas. O ar gelado tem empurrado o consumidor para as compras. Varejo e indústria registram aumentos expressivos de vendas, entre 20% e 65% em relação ao inverno de 2010.


Além de itens pessoais como cobertores, roupas e calçados, aquecedores portáteis estão atraindo mais compradores neste ano. A fabricante Mondial vendeu 53% mais aquecedores a óleo nos últimos dois meses sobre o mesmo intervalo de 2010. O modelo a ar cresceu 40%. No Walmart, a procura por aquecedores começou a acelerar na segunda quinzena de maio. O plano de aumento de 30% foi atingido em junho, e a empresa espera mantê-lo este mês.


Nos hipermercados Extra, do Grupo Pão de Açúcar, o crescimento é de 50%. “A previsão é fechar o inverno com até 60% a mais do que no ano passado”, diz Alexandre Lopes, gerente comercial da rede. O aquecedor a óleo é o que tem mais saída no supermercado.


O diretor comercial da Mondial, Giovanni Cardoso, explica que os aparelhos a óleo demoram mais para aquecer (cerca de 20 minutos), portanto são ideais para uso durante longos períodos, para dormir, ler um livro ou ver TV. O preço, de R$ 199 em média, caiu 10% neste ano em relação a 2010.


Segundo Cardoso, os brasileiros estão comprando mais aquecedores não só por causa do frio intenso. “Hoje há mais ofertas, existem mais modelos, os lojistas aprenderam a trabalhar com o produto e também é grande a venda em sites”, afirma.


Para a fabricante de meias Lupo, as vendas no inverno de 2010 foram tão boas que faltou mercadoria. Este ano, os lojistas se anteciparam e compraram todo o volume disponível: 25% a mais do que no ano passado.


Mesmo assim, algumas lojas já estão com falta de estoque, principalmente meia-calça, de acordo com Valquírio Cabral Júnior, diretor comercial da Lupo. “Se tivesse mercadoria, venderíamos 40% mais do que em 2010”, diz. Para 2012, o plano é aumentar a produção em 30%.


A concorrente Trifil vendeu 40% mais para os lojistas neste ano, mas o varejo não acompanhou esse ritmo, segundo André Duarte, superintendente de vendas da empresa. “Espero que o frio continue para o varejo desovar esse estoque”.


Na unidade de Campinas da loja de artigos esportivos Decathlon, as vendas no setor de montanhismo, que inclui vestuário de frio, cresceram 65% no mês passado, em relação ao mesmo período de 2010. Os campeões de vendas na loja são a camiseta do tipo “segunda pele” e a camiseta longa de malha para clima polar, que ajuda a cortar o frio.


Na rede de cama, mesa e banho Zelo, os consumidores compraram 35% mais cobertores nos últimos dois meses na comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2010, o crescimento foi da ordem de 10%.


“Em 2010 a Copa do Mundo prejudicou o comércio, por isso o crescimento deste ano é mais sentido”, diz Bárbara Valente, gerente de marketing da Zelo, que também menciona o frio mais intenso como motor de vendas. Novidade nas lojas, as mantas de microfibras ganharam o gosto do consumidor e dividem com os edredons a posição de produtos mais procurados.


No varejo virtual, a venda casada ajuda a impulsionar a saída de produtos de inverno. “O cliente entra no site para comprar edredom e aproveita para levar cafeteira, aparelho de fondue, aquecedor e outros produtos de inverno”, afirma