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18 abr 2012

Exportações chinesas crescem em máquinas e bens de maior valor

De sua espaçosa base de produção no interior da província de Hunan, no sudoeste da China, a fabricante chinesa de máquinas para construção Sany Group pretende invadir o mundo.


Enquanto os trabalhadores de jaleco azul e capacete amarelo se movem lentamente por entre enormes guindastes hidráulicos móveis e caminhões misturadores de cimento, na fábrica resplandecente, o presidente da empresa, Tang Xiuguo, encontra-se em seu amplo escritório nas proximidades, discutindo a abertura de fábricas da Sany no Brasil, Índia e Alabama, além da aquisição por US$ 475 milhões – prestes a ser concluída – da Putzmeister da Alemanha, a maior fabricante de bombas betoneiras do mundo.


Tang, um dos quatro fundadores da companhia de 22 anos, pretende ampliar as vendas nos mercados internacionais, que hoje respondem por cerca de 5% da receita de US$ 16 bilhões da Sany. A meta é chegar a um quinto da receita em cinco anos.


A frase “Made in China” invoca a imagem de calçados baratos, brinquedos de plástico e produtos eletrônicos montados nos vastos complexos fabris da Foxconn Technology Group. Embora a China tenha desenvolvido seus poderosos negócios exportadores – que cresceram 17% ao ano nas três últimas décadas – em cima dessas indústrias leves e da montagem de produtos eletrônicos, isso está rapidamente mudando.


O aumento dos custos da mão-de-obra, de 15% ao ano desde 2005, mais a valorização do yuan, estão resultando em novas pressões sobre o modelo de produção industrial barata da China e levando companhias têxteis, de calçados e de vestuário a fechar as portas ou se mudarem para o Vietnã, Camboja ou Bangladesh.


“A participação da China nas exportações mundiais de artigos baratos começou a cair. Isso reflete mais uma mudança dos produtores chineses para setores em que as margens de lucro são maiores, do que uma incapacidade de competir”, escreveu a consultoria Capital Economics em uma nota em 28 de março.


Os navios fabricados na China, por exemplo, dominaram o mercado mundial no ano passado, com uma participação de 41%, bem à frente da Coreia do Sul e do Japão, segundo a Clarksons, uma empresa de serviços de navegação sediada em Londres. Dados do International Trade Centre, uma agência conjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial d Comércio (OMC), também mostram fortes ganhos na participação global da China nos mercados de locomotivas e vagões de trem, máquinas e caldeiras industriais.


Na setor de máquinas de construção, a especialidade da Sany, três companhias chinesas (incluindo a Sany) estão hoje entre as dez maiores do mundo. Muitos dos novos exportadores estão produzindo no interior da China, em vez das regiões costeiras, tradicionais para o setor industrial.