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2 out 2019

Boletim mensal – Produção Física Industrial – Julho/2019

Saíram os dados da Pesquisa sobre Produção Física Industrial do mês de julho de 2019. Trata-se do volume produzido no Brasil e em São Paulo, em relação ao setor têxtil e de vestuário.

No Brasil, no comparativo em relação ao mês de julho de 2018, em 2019 a pesquisa indica que houve um recuo de 1,7%, na indústria de transformação. Na mesma base, a indústria têxtil retrocedeu 4,6%. Diferentemente, a indústria do vestuário subiu 4%. Números contraditórios, certamente. Contudo, no acumulado de 12 meses, terminados em julho último, todos os segmentos industriais destacados tiverem queda na produção.

No âmbito de São Paulo, só o vestuário acumulado até julho de 2019 apresenta alta. Nas demais comparações, todos os indicadores são negativos. Por exemplo, em 12 meses o vestuário registra 2% de queda, frente a período idêntico imediatamente anterior.

O que se pode depreender é que a ligeira melhora sentida no comércio varejista do setor ainda não chegou a mudar o frágil quadro industrial. Mesmo o regresso das importações que chega a 15%, entre janeiro e agosto de 2019, perante o mesmo intervalo de 2018, não foi capaz de estimular a indústria, tampouco o segmento do vestuário.

Com efeito, fica a expectativa de que, de um lado, as vendas do comércio resultem em encomendas para a indústria, rapidamente e, de outro, a atual taxa de câmbio mantenha-se desestimulante às importações.

Só a junção desses elementos – e de outros como a melhoria do ambiente de negócios com a aprovação das reformas e da elevação do nível de emprego – poderão trazer de volta o ânimo do empresário industrial; hoje ainda frustrado com o cenário econômico que, logo depois da eleição, no ano passado, estava bastante otimista.

Prova desse desalento está refletida nos dados relativos à geração de empregos na indústria têxtil e de vestuário paulista. Em agosto de 2019, o total de trabalhadores demitidos foi de 598, ao passo que, no Brasil, no mesmo mês, foram geradas 461 vagas. São Paulo precisa ajudar o País a originar postos de trabalho, mas talvez tenha que ajudar-se primeiro. Nesse sentido, algumas notícias podem ser alvissareiras, tais como o fortalecimento dos polos produtivos, sendo o vestuário um deles, e a formação de uma frente parlamentar têxtil e de vestuário; algo a se conferir.

MSc. Haroldo Silva – Membro do Corecon-SP