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29 dez 2008

Apesar da crise, Natal bate recorde. Vestuário crece 4%, informa Alshop

Apesar da crise, Natal bate recordeCorreio Braziliense – 27/12/2008

Mesmo em tempos de crise, as vendas dos centros comerciais cresceram 3,5% no Natal deste ano em relação a igual período de 2007, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop). O resultado ficou longe da estimativa de 12% feita em janeiro, mas, mesmo assim, garantiu ao varejo o melhor Natal dos últimos 11 anos. O crescimento percentual foi menor que o de 2007, mas o faturamento foi superior. Os números ultrapassaram, e muito, o desempenho do varejo norte-americano. Nos Estados Unidos, onde as compras foram fortemente afetadas pela recessão, o comércio teve uma queda estimada entre 5,5% e 8%.

O consumo só foi reforçado no Brasil porque tanto a renda como o nível de emprego acumulam crescimento. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de ocupados registrou expansão de 4,4% nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) em 12 meses encerrados em novembro. Nesse mesmo período, o rendimento médio subiu 3,1%.

O problema é saber se esse cenário será mantido em tempos de expressiva desaceleração econômica. ?Por mais que o governo tenha tomado medidas contra as demissões, isso não quer dizer que o emprego está seguro?, afirmou Luís Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relações com o Mercado da Alshop. ?Como todos temem o desemprego, sabemos que o comércio vai frear um pouco?, acrescentou. Os indicadores de confiança dos consumidores vêm caindo, num reflexo do temor da perda do emprego.

Sucesso
Entre os presentes, o melhor desempenho ficou por conta do segmento de perfumaria e cosméticos, com vendas nominais até 15% maiores que em 2007, resultando em uma alta real (descontada a inflação) de 9%. Óculos e acessórios tiveram crescimento nominal de 20% e real de 14% em relação ao Natal passado. Roupas e calçados apresentaram uma alta real de 4% e tiveram valores médios entre R$ 80 e R$ 270. Com vendas atreladas a financiamentos, os eletroeletrônicos cresceram 9% nominalmente e 3% descontados os reajustes de preços. Aparelhos de TV de LCD e plasma, informática e celulares foram os preferidos dos consumidores.

Os brinquedos ficaram para trás neste Natal. Com crescimento nominal de 3%, esses produtos perderam espaço por causa do aumento de 9% nos preços, o que fez os presentes preferidos da criançada registrarem queda real de 5%. As bolsas, pastas, malas e artigos para viagem também tiveram redução nas vendas (-4%), segundo balanço da Alshop. No ano, os dois segmentos cresceram 5% e 6% em valores reais, respectivamente.

Ânimo
Antes do estouro da crise econômica, a Alshop previa um crescimento de até 12% nas vendas para o Natal. A partir de setembro, com o agravamento no cenário econômico internacional, as apostas passaram a ficar entre 2% e 5% em valores reais. A meta mais realista foi atingida, mas, para Silva, o resultado mostra que os consumidores estão de certa forma preocupados com a crise. ?Percebemos um resguardo do consumidor ao comprar menos itens e presentes com preços mais baixos?, disse.

Mesmo com as dificuldades que a economia brasileira enfrentará, a Alshop está otimista. Em 2009, devem ser inaugurados 23 shoppings com um total de 3 mil lojas, numa expansão de 3,5% sobre o número atual. Isso, segundo Silva, deve favorecer o desempenho das vendas. Para 2008, a estimativa de faturamento é de R$ 70,7 bilhões no setor de shoppings, um aumento real de 6,4% frente aos R$ 66,2 bilhões registrados no ano passado.

Em 2009, a Alshop aposta em um avanço de 5,1%, com o faturamento chegando a R$ 74,3 bilhões. Na avaliação da entidade, o primeiro trimestre não deve ser muito fraco por conta das tradicionais liquidações do varejo que já começaram em algumas lojas. O mês d