Os lucros da espanhola Inditex, a controladora das lojas Zara, cresceram quase um terço no primeiro semestre, depois que a maior varejista de moda do mundo em valor de mercado conseguiu sustentar o crescimento tanto nas economias abaladas da Europa, como nos mercados emergentes.

O grupo – controlado majoritariamente pelo seu fundador, e o homem mais rico da Espanha, Amancio Ortega – informou que o lucro líquido chegou a ? 955 milhões no primeiro semestre, um crescimento de 32% em comparação ao mesmo período do ano passado. No período, a companhia abriu 166 lojas, elevando o total no mundo para 5.963.

O crescimento sustentado elevou a Inditex, neste ano, à condição de maior companhia da Espanha em valor de mercado, com suas ações subindo 55% e avaliando-a em pouco menos de ? 60 bilhões. Seus prazos curtos de entrega e distribuição centralizada vêm permitindo à companhia superar concorrentes estrangeiros como a sueca H&M.

No semestre, as vendas cresceram 17% para ? 7,23 bilhões, em comparação a um aumento de 7% no primeiro semestre do ano passado – a maior taxa de crescimento desde o primeiro trimestre de 2007, demonstrando a capacidade da Inditex de contornar a redução dos gastos do consumidor na Europa, ganhando participação de mercado de concorrentes.

Os resultados vigorosos ficaram acima das previsões dos analistas, que foram mais uma vez surpreendidos pela capacidade da companhia de atender e superar expectativas de mercado já elevadas.

“Estes resultados mostram, mais uma vez… a capacidade da Inditex de compensar todas as incertezas macroeconômicas, graças ao seu modelo de negócios sem igual no setor varejista de vestuário”, disseram analistas da Mirabaud.

A companhia também conseguiu amenizar as preocupações com os efeitos de uma desaceleração persistente da economia europeia, abalada pela recessão, com a participação das vendas fora do continente crescendo para 34% do total no primeiro semestre, em comparação a 29% no mesmo período do ano passado.

Uma redução das despesas operacionais ajudou o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) a crescer 29%, para ? 1,62 bilhão., enquanto a companhia mais uma vez aumentou sua margem bruta de lucro sobre as vendas para o maior nível já alcançado (120 pontos-base, para 59,6%).

Analistas do banco Espírito Santo disseram que esse aumento de margem foi ajudado em parte pelos movimentos cambiais, com o euro mais fraco contribuindo para o crescimento imediato da receita, enquanto que os custos mais altos dos insumos e outros serviços da Turquia e do Extremo Oriente foram distribuídos por causa do período de execução mais longo.

O caixa líquido passou de ? 2,9 bilhões no fim do primeiro semestre do ano passado para ? 3,4 bilhões no mesmo período deste ano, incluindo aí a aquisição, por ? 192 milhões, de duas lojas em Londres. A ação da Inditex subiu 3,7% ontem, para ? 95,31.

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