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12 ago 2011

Produção Física Industrial Regional ? IBGE (JUNHO/11)


Um dia após as bolsas de valores de todo o mundo recuarem fortemente, o IBGE divulga a Pesquisa Industrial Mensal ? Produção Física, relativa ao mês de junho de 2011. Com o encerramento do primeiro semestre do ano, já é possível fazer uma avaliação mais detalhada da atividade produtiva da indústria de transformação, com foco na indústria têxtil e do vestuário, em específico.


Não são apenas as más notícias das bolsas que trazem preocupação. Os números da economia real também refletem forte retração, a depender da base de comparação e do segmento industrial. A tabela abaixo resume a conjuntura do Brasil e de São Paulo para os setores selecionados. O agregado da indústria de transformação, no mês de junho de 2011, frente ao mesmo mês de 2010, subiu 0,69%, no Brasil, e teve 1,86% de alta, em São Paulo. Na mesma base, o setor têxtil recuou 16,62%, no País, e apresentou queda de 8,49%, na indústria paulista. O vestuário, por seu turno, registrou queda de 2,93%, em termos nacionais, porém, em São Paulo, a produção diminuiu ainda mais (6,25%).



Tabela 1 – Produção Física (em %) ? Junho-11 (Brasil e São Paulo)


De uma maneira geral, é possível afirmar que os números mais recentes são piores, o que denota um agravamento do quadro. Tome-se como referência a indústria do vestuário paulista. Nos últimos 12 meses terminados em junho/11, ainda há registro de crescimento na produção em 1,21%. Quando o período de análise é o primeiro semestre, o número já se torna negativo (2,81%). Por fim, quando a avaliação é apenas relativa ao próprio mês de referência da pesquisa, comparado a junho do ano passado, o recuo é bem maior (6,25%), conforme anteriormente observado.


Diante desta perspectiva, nota-se que o plano anunciado pela Presidenta Dilma veio sim frear um processo de desindustrialização que já começou faz algum tempo. Sem contar com o agravamento do cenário internacional, as medidas adotadas são parciais e insuficientes para reverter o desaquecimento da atividade industrial, embora apontem na direção correta da desoneração. Mesmo assim, o Plano Brasil Maior também tem, em seu bojo, contradições, à medida que aumenta a tributação sobre o faturamento. Se veio, de fato, para aumentar a competitividade não poderia majorar tributos. Eis mais uma contradição que precisará ser combatida no Congresso. Está aberta, portanto, uma nova etapa dos trabalhos de convencimento na Frente Parlamentar Têxtil e do Vestuário.

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