Topo
Sindivestuário / Indústria da Moda & Negócios  / Prioridade dos consumidores foi comprar carro, avalia a MB Associados
17 ago 2012

Prioridade dos consumidores foi comprar carro, avalia a MB Associados

SÃO PAULO – A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evidencia que os consumidores priorizaram, em junho, a compra de automóveis em detrimento de outros produtos, como equipamentos de informática e comunicação. Esse cenário, desenhado pelo economista da MB Associados, Sergio Vale, embute o anúncio da isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos, feito no fim de maio. ?Com grande parte do orçamento comprometido o consumidor precisou escolher o que comprar, e automóvel foi a principal opção?, afirma.

As vendas de veículos subiram 16,4% entre maio e junho, já descontados os efeitos sazonais. Tal desempenho impulsionou o varejo ampliado (que inclui automóveis e materiais de construção). Após estagnação em maio, o setor avançou 6,1% em junho, na comparação com o mês anterior.

Na disputa pela preferência do consumidor móveis e eletrodomésticos, que também contam com benefício fiscal, garantiram seus lugares. As vendas desses produtos aumentaram 5,3% entre maio e junho, feitos os ajustes sazonais. ?Grande parte da população está comprando imóveis, e precisa mobiliar a casa nova?, afirma Vale.

As vendas de materiais de construção cresceram 1% em junho, após a queda de 6,6% em maio, sempre na comparação com o mês anterior. O dado de maio foi revisado pelo IBGE, que a princípio havia informado retração de 11,3% nas vendas do segmento no período. ?Esses números mensais são muito voláteis. O ideal é acompanhar a tendência, que é ascendente, em função da queda dos juros e do aumento de renda.?

Para que os gastos coubessem no bolso, diz o economista, foi preciso que o consumidor abrisse mão de bens como equipamentos de informática e comunicação. As vendas desses produtos caíram 8,9% entre maio e junho. Os consumidores também moderam as compras de vestuário e calçados, que cresceram apenas 0,4% no período.

Já nos supermercados as vendas aumentaram 0,8% no mesmo intervalo, após quatro meses consecutivos de retração. O dado contraria a tendência de queda apontada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que mostrou recuo de 5,47% entre maio e junho, sem ajuste sazonal. ?Os dados da Abras e do IBGE não conversam. As coletas e a metodologia são muito diferentes”, diz Vale.

© 2000 ? 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.