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7 abr 2011

Preços ao produtor sobem 0,6% em fevereiro

Na primeira divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP), o novo indicador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado ontem apontou uma alta de 0,6% nos preços na indústria de transformação em fevereiro, na comparação com janeiro, cuja taxa foi de 0,4%. Em 2010, ano que o IBGE avaliou para montar a série do novo índice, a alta foi de 8,04%.



A variação em fevereiro foi a maior desde novembro de 2010, quando o índice ficou em 1,43%, o nível mais alto da série. A evolução do índice em 2010 aponta um ciclo de crescimento dos preços para a produção concentrada no segundo semestre do ano passado, que só começou a desacelerar em dezembro (0,43%).


O gerente da pesquisa do IPP, Alexandre Pessoa Brandão, destacou que, em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação em fevereiro (6,21%)é menor do que na mesma comparação em janeiro (6,88%) e em dezembro (8,04%). “Ainda estão crescendo os preços, mas menos do que estavam em dezembro de 2010. Até esse momento, há uma desaceleração, mas ainda não é uma tendência”, analisou Brandão, na primeira entrevista coletiva para divulgar o índice.


O novo indicador mensal mede a variação dos preços efetivamente pagos nas negociações entre indústrias e fornecedores, desconsiderando impostos e fretes e captando os descontos nos contratos fechados. Com isso, na definição do IBGE, o índice reflete o chamado “preço de porta de fábrica”. As informações são colhidas num universo de 1.400 empresas em 23 setores e, diferente de outros índices de preços, permitirão revisões.


O IPP acumulado em 2010 ficou bem acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País e fechou 2010 em 5,91%. Os técnicos do IBGE advertiram que não é possível estabelecer uma relação direta entre os dois índices, mas a concorrência de importados e a produção para exportação podem ajudar a explicar por que a inflação dos produtores não foi totalmente repassada aos consumidores.


“O que vai refletir no varejo é algo que vamos conhecer aos poucos. Parte disso vai para o varejo, mas também há a produção para a exportação. Por isso a relação não é direta”, disse Brandão.


“O IPP é um índice de oferta, tanto para consumo interno, quanto para a exportação. E o IPCA é um índice de produto, que absorve a oferta nacional e a de importados”, complementou o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes. Ele disse que o instituto tem planos de agregar os setores de agricultura e indústria extrativa à base de coleta de dados do IPP.


Das 23 atividades pesquisadas, 16 apresentaram alta nos preços em fevereiro, como têxteis (2,51%), calçados e produtos de couro (2,46%) e vestuário e acessórios (2,03%). Mas o resultado do mês foi puxado principalmente pela alta de 3,39% do segmento de outros produtos químicos, que exerceu a maior influência no índice em fevereiro.


Expansão futura
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem planos de agregar os setores de agricultura e indústria extrativa à base de coleta de dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP).


Fonte: Estadão


http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110406/not_imp702239,0.php