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18 nov 2011

Preço é visto como o fator decisivo da compra

A classe C, que já responde por 71% do consumo do País, tem-se adaptado às novas tecnologias e ao padrão social de nova classe média de maneira confortável, mas o poder aquisitivo maior não impede que os consumidores pesquisem os melhores preços e prefiram qualidade moderada a modernidade, o que pode ser um desafio para os empresários.

“Talvez a classe C não se interesse por tecnologias que deixem o notebook mais leve, por exemplo, mas ela continua com intenção de comprar o eletrônico que tenha um preço mais acessível e características funcionais”, diz a gerente de Negócios no Varejo da GfK CR Brasil, Simone Aguiar.

Outro fator que contribui para que isso aconteça é apontado por Oliver Römerscheidt, gerente da GfK. “Com o boom imobiliário, o aumento da venda de produtos de linha branca foi impulsionado pela classe C. O preço influencia porque enquanto as classes A e B procuram por produtos de tecnologia avançada, a classe emergente quer arrumar e mobiliar a casa”, aponta.


A economia estável permite que a classe emergente se lance ao consumo dos bens duráveis, itens que, de acordo com a GfK, movimentaram no Brasil, de janeiro a agosto de 2011, cerca de R$ 49 bilhões, crescimento de quase 10% ante os dados de 2010.

Nas 52 categorias de produto consideradas pela GfK -como portáteis, linhas branca, marrom, informática e telecom , os eletrônicos puxam a alta do setor embalados pela ampla venda de televisores de tela fina, smartphones e notebooks.

Somente no Brasil, a alta dos eletros foi puxada pelo crescimento do poder de compra da Região Nordeste. “O varejo está otimista com o nordeste, a região que mais contribuiu para o crescimento total do País, com 2,6%”, afirma Simone. Isto porque três em cada 10 pessoas que ingressam na nova classe média são nordestinas, de acordo com o Data Popular.

Segundo a analista, embora o ritmo de expansão esteja diminuindo gradativamente, o desempenho do varejo brasileiro ainda é destaque entre as principais economias mundiais. Na Alemanha, por exemplo, o crescimento foi de apenas 0,2%, enquanto no Reino Unido as vendas subiram 1,5%, e em Portugal, caíram 6,2%. Nos Estados Unidos o avanço foi de 7,9%, ainda que sobre uma base de comparação bastante tímida.

Categorias

Não é à toa que televisores de tela plana, smartphones e notebooks estão entre os objetos mais cobiçados pelos consumidores. De acordo com a GfK, estes itens foram responsáveis por 23% do faturamento de linha marrom no País nos oito primeiros meses do ano. O segmento de televisores teve alta de 18,5%, o de smartphones, 12,8%, e o de notebooks, 13,1%. O destaque maior fica por conta dos lançamentos de TI, que deverão representar 30% do faturamento este ano.

“Neste ano, o consumo de televisores de 3D aumentou 690%, frente ao avanço de 258% dos tablets e de 72% dos smartphones”, explica Aguiar. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) estima que neste Natal a intenção dos brasileiros de comprar notebooks e celulares inteligentes deve ficar só atrás de itens de vestuário, representando 11,6% e 11,3%, respectivamente. “A tendência é de que a tecnologia 3D seja cada vez mais difundida em televisores, e o segmento deve sofrer maior erosão de preços com o aumento da concorrência. A baixa no preço das novas tecnologias e o interesse do consumidor por novidades também deverão intensificar a venda dos aparelhos em 2012”, analisa o gerente Oliver Römerscheidt.

O especialista acrescenta que haverá diferença em outras regiões: “No nordeste do Brasil, a intenção de compra de televisores de tela plana deve aumentar consideravelmente nos próximos seis meses”, comentou ele. Segundo Römerscheidt, o País tem mercado parecido com o do México nos itens de linha branca. A categoria cresce 11,5% e os refrigeradores continuam sendo os mais significativos em participação de faturamento: 41,6%, de janeiro a agosto deste ano. “No ano que vem, o crescimento deve ser moderado