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22 set 2011

Os pequenos antenados com a moda

A moda infantil está em alta. Cada vez mais, as marcas tradicionais lançam linhas exclusivas para crianças. E se para as mães já era difícil resistir à tentação de comprar, agora elas têm a desculpa perfeita: deixar os pequenos ainda mais lindos e fofinhos


Um vestido de 30 cm com uma estampa meiga, uma minibermuda cargo xadrez superdescolada, um trench coat estiloso em miniatura, um tênis colorido que cabe na palma da mão. Quase impossível resistir às roupinhas de criança! Até mesmo quem não tem  lho se encanta. E o mercado da moda, nacional e internacional, já percebeu isso e resolveu se divertir (e lucrar) com o universo infantil. O principal objetivo, além de aumentar as vendas, é criar uma relação de  delidade fashion enquanto os futuros clientes ainda usam fraldas! Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), Aguinaldo Diniz Filho, esse movimento ocorre em todo o mundo. ?Estilistas de renome, que investiram durante anos para construir suas grifes, buscam um modo de ampliar seu público. A solução mais óbvia é conquistar os filhos dos clientes fiéis?, resume.


Fora do Brasil, enquanto o mercado de luxo ainda se recuperava da crise econômica, grandes marcas se deram conta de que as pequeninas, mas encantadoras peças de roupa poderiam ser um negócio promissor. A nal, se não é toda temporada que se lança uma bolsa ou acessório que é objeto de desejo, com as coleções infantis se conquistam novos consumidores.


Grifes como Burberry, Armani e Stella McCartney já atuavam nesse segmento, mas o entusiasmo do mundo da moda pelas roupas de criança ganhou força em 2011. A Gucci criou uma linha completa para bebês e crianças de 2 a 8 anos com preços que variam de US$50 a US$3.550. E em junho, durante os desfiles da coleção Resort, a maison francesa Lanvin apresentou 25 peças destinadas a meninas de 4 a 10 anos. Inspirado nas criações infantis da própria Jeanne Lanvin ainda no começo do século 20, Alber Elbaz diminuiu a escala de suas assinaturas e deu vida à Lanvin Petite.


Donatella Versace também ampliou os domínios da marca italiana e lançou, nesse mesmo mês de junho, no Palazzo Corsini, em Florença, a Young Versace. ?Somos conhecidos por nossa estética mais rock ‘n’ roll, que pode ser ousada, mas não necessariamente sexy ou inapropriada?, disse a estilista no lançamento. Na prática, isso significa vestidinhos de um ombro só para meninas e camisetas com estampas de
moicanos mirins para os meninos. Segundo o CEO da marca, Gian Giacomo Ferraris, a expectativa é de que a linha infantil represente 10% das vendas da companhia em cinco anos.


No Brasil, o mercado da moda infantil também está aquecido. De acordo com pesquisas do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), a produção de vestuário para bebês e crianças cresceu, em número de peças, 55%. E em valores nominais, 98%. Em 2011, o faturamento desse setor, que hoje representa 24% de toda a produção de vestuário no Brasil, deverá chegar a R$ 22 bilhões com uma produção de 1,7 milhão
de peças. ?Nesse período, todos os segmentos de roupa cresceram, e cresceram bem, porque houve uma melhor distribuição da renda?, afirma Marcelo Prado, diretor do IEMI. Portanto, no Brasil, o boom da moda infantil tem uma origem diferente de países da Europa e Estados Unidos. Se lá foi a crise que criou um novo mercado, aqui foi a estabilidade econômica.


Desde a década de 1990, com a introdução do Plano Real, há mais dinheiro para fazer compras. E roupa é um gênero de ?primeira necessidade?. Segundo Prado, pesquisas de comportamento de compra revelam que 92% das pessoas querem estar bem vestidas. Dessas 44% são antenadas com moda e gostam de ter o que é novo. Os outros 48% querem sim estar alinhados, m