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14 jun 2012

Na média, projeções coletadas pelo Valor Data apontam alta de 1,6% no varejo


O cenário de desaceleração das vendas no varejo pode ter mudado de rumo, puxado pelos segmentos ligados à renda. Para abril sobre março, descontados fatores sazonais, a média de 11 instituições consultadas pelo Valor Data aponta aumento de 1,6% nas vendas em volume do comércio restrito (que exclui automóveis e materiais de construção).

As projeções, contudo, variam bastante, indo de um crescimento mais modesto, de 0,6%, até a expressiva alta de 2,6%. O resultado será divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a projeção média for confirmada, representará forte aceleração em relação à alta de 0,2% registrada em março sobre fevereiro.

“O que explica essa expectativa de crescimento vigoroso do comércio é o ganho real de renda. O IBGE mostra que, em abril deste ano, o rendimento dos brasileiros foi 6,2% maior que em abril de 2011”, diz Paulo Neves, da LCA Consultores, que estima aumento de 1,7% nas vendas do varejo restrito em abril sobre março.

Com mais dinheiro no bolso, os consumidores reforçaram as compras nos supermercados, setor que responde por quase metade do indicador de vendas do varejo. “O movimento nos supermercados costuma ser bastante atrelado à variação de rendimento e, por isso, o setor deve puxar o crescimento das vendas em abril. Mas esse resultado não derivará de aumento de preços”, afirma Neves.

Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,64% em relação a março, alta inferior ao 0,77% contabilizado em igual período de 2011. Os alimentos tiveram aumento de 0,51%, abaixo do reajuste de 0,58% apurado um ano antes.

O crescimento esperado nas vendas dos supermercados, diz Fernanda Consorte, economista do Santander, deve indicar o fim do período de ajuste no setor, após avanço de 8,4% em janeiro. Os números do mês, lembra Neves, sofreram a influência da mudança na metodologia do IBGE. Desde então, os supermercados registraram retrações sucessivas nas vendas – 1,1% em fevereiro e 0,6% em março -, na comparação com o mês anterior, com ajuste sazonal.

Além dos supermercados, Fernanda acredita que outros segmentos ligados à renda, como vestuário e calçados, tenham contabilizado bons resultados entre março e abril. Pelas suas contas, as vendas do varejo restrito cresceram 1,9% no período. “Até o fim do ano, o comércio deve apresentar avanço médio de 0,5% ao mês, o que é bastante forte. Se nossa previsão se concretizar, teremos crescimento de 11,7% nas vendas no ano, superando a alta de 6,7% de 2011.”

Em um cenário de frequentes revisões para baixo nas perspectivas de crescimento, falar em aceleração robusta do consumo parece um contrassenso. Mas Aurélio Bicalho, do Itaú BBA, argumenta que a alta confiança do consumidor e o mercado de trabalho aquecido sustentam tal avanço. “Esse quadro só mudaria se houvesse grave deterioração do cenário externo, o que não é o mais provável”, diz o economista, que projeta aumento de 1,4% nas vendas do varejo restrito entre março e abril, e 7,8% no acumulado de 2012.

Segundo Bicalho, a tendência é que o consumo aquecido dê fôl