Topo
Sindivestuário / Matérias  / Joint venture mira varejo, moda e esporte no Brasil
22 jun 2012

Joint venture mira varejo, moda e esporte no Brasil

A identidade visual e os serviços de alguns shoppings do grupo europeu Unibail-Rodamco foram criados pela consultoria francesa de “design global” Saguez & Partners, que acaba de chegar ao Brasil por meio de uma joint venture com a Criacittá, especializada na criação de ambientes para as marcas e que tem entre seus clientes Havaianas e Bohemia.

O “design global” envolve desde a imagem da marca, a arquitetura e a decoração de suas lojas, serviços aos clientes, consultoria sobre produtos e estratégias comerciais até o estilo das embalagens, é um “pacote completo” para posicionar uma empresa no mercado.

É dessa forma que a Saguez, que tem como clientes o grupo Casino, e Aeroportos de Paris, “ressuscitou” a marca francesa de cosméticos Yves Rocher, com 1,2 mil lojas (onde também funcionam institutos de beleza) na Europa. Até 2008, seus produtos, vendidos normalmente em promoções do tipo “pague um e leve vários”, eram considerados de baixa qualidade.

Olivier Saguez reestruturou a imagem da marca, dando destaque para a sua história e para o fato de que seus cosméticos são feitos com plantas orgânicas, o que muitos consumidores não sabiam. Na nova decoração das lojas, imagens cinematográficas de campos na Bretanha onde elas são cultivadas e as pesquisas científicas realizadas pela Yves Rocher foram colocadas em destaque. A empresa abriu um “ateliê de cosmética vegetal” na Champs-Elysées em 2009, com uma loja-conceito. Resultado: apesar da crise econômica, as vendas da Yves Rocher cresceram 20% desde 2008, contou Saguez ao Valor.

A experiência da Saguez nessa área de “design global” será complementar às atividades da Criacittá, afirma Nelson Rocha, diretor-geral da nova joint-venture, a Saguez-Rocha. O foco no mercado brasileiro, diz ele, são as empresas de varejo, principalmente de moda (a rede Camicado, comprada pelas Lojas Renner, já é cliente), shoppings centers, aeroportos e até estádios de futebol, devido à Copa do Mundo. A meta é atingir, no prazo de cinco anos, faturamento anual de R$ 50 milhões. Em 2011, a Criacittá faturou R$ 16 milhões. Na França, a Saguez teve receita de ? 21 milhões.

O sócio francês também planeja ajudar marcas brasileiras a se tornarem globais. “Se a Starbucks, com um café ruim, funciona no mundo todo, por que o Brasil, que tem produto de qualidade, não poderia criar uma Starbucks ou uma Nespresso?”, diz Saguez. (DF)

© 2000 ? 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.