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12 set 2014

Invasão asiática é foco de seminário

A confecção brasileira passa por uma das maiores turbulências da história com produção em queda e emprego diminuindo. Com a intenção de informar e capacitar os empresários sobre o panorama do setor, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), por meio do Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil), desenvolvido em parceria com a Apex-Brasil, promove em Divinópolis nesta quinta-feira, 11, o seminário “Circuito Abit Texbrasil Competitividade e Internacionalização”. O evento no maior polo do vestuário mineiro abordará temas com especialistas do segmento nacional.

O evento será realizado na sede regional da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e é dirigido a empresas do setor têxtil e de confecção. O encontro começa às 8h e abordará as perspectivas do segmento, agenda de prioridades e de competitividade do setor e as relações do trabalho da indústria.

Uma das maiores reclamações do segmento é a invasão dos produtos asiáticos. Para se ter uma ideia da avalanche de produtos entrando em Divinópolis provenientes da Ásia, neste ano já chagaram quase US$ 10 milhões de insumos e peças prontas da confecção, dos US$ 17 milhões de importações concretizadas pelo município.

De acordo com a Abit, as importações de vestuário no Brasil subiram 2.270% entre 2003 e 2013, saindo de 100 milhões de dólares para 2,37 bilhões de dólares.

– Estamos enfrentando a China, Índia, Bangladesh e Peru. Nenhum trabalhador nosso queria trabalhar lá, mas não olhamos a etiqueta ao comprar esses produtos – afirmou o diretor superintende da Abit, Fernando Pimentel, que é um dos palestrantes do evento.

Com a produção caindo, o emprego acompanha. Em Divinópolis, neste ano, foram encerradas 83 oportunidades. Julho foi o pior mês com corte de 50 postos de trabalho no vestuário do polo. O volume de pessoal ocupado no setor da confecção em Divinópolis é de 26.501.

Em Minas Gerais, não houve encerramentos de oportunidades no vestuário, mas o dinamismo de contratação caiu. Nos primeiros sete meses deste ano, foram gerados 1.152 empregos formais, contra 1.876 postos de trabalho na mesma base de comparação em 2013.

Maior polo

Divinópolis é o maior polo confeccionista mineiro em número de empresas, pessoal ocupado e produção de peças. Pesquisa do Instituto Estratégia de Marketing (IEMI) da Federação das Indústrias de Minas Gerais aponta que 21,6% das peças produzidas em território mineiro saem das confecções divinopolitanas.

No Estado existem 4.290 empresas confeccionistas, 18% delas (786) funcionam em Divinópolis, colocando o município como o primeiro da lista no número de empreendimentos dedicados a produção de roupas.

Minas Gerais é o terceiro maior produtor têxtil e de confecção brasileiro e sofre com a queda na produção no setor. Somente nos primeiros seis meses deste ano, a produção têxtil no Estado diminuiu 8,5%, em relação ao mesmo período do ano passado. Com um faturamento de aproximadamente US$14,2 bilhões, segundo dados do IEMI, o setor têxtil e de confecção mineiro conta com 4.224 empresas e 188 mil trabalhadores diretos.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial em vestuário, com 2,6% do total. Muito distante da China, que lidera o segmento com 47,2% do total, seguido por Índia (7,1%) e Paquistão (3,1%).

Fonte: Agora.