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12 ago 2011

Indústria Regional Recuo nos três principais centros produtivos

O recuo de 1,6% da produção da indústria brasileira em junho com relação a maio refletiu a queda da atividade industrial em nove das catorze localidades do País pesquisadas pelo IBGE. Por si só, esse é um resultado bastante desfavorável, mas, ao se observar o que ocorreu com a produção em junho nos três maiores parques industriais do País, o cenário da indústria é bem mais preocupante. Segundo os dados divulgados pelo IBGE, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas, a produção caiu, respectivamente, 4,5%, 1,5% e 1,3% ? taxas de variação de junho frente a maio com ajuste sazonal.

Essa retração da produção nesses estados e em outras localidades do País confirma o movimento oscilatório da evolução da indústria nacional, marcada por altos e baixos. No entanto, a tendência que vai se configurando é de perda de ritmo e mesmo de queda da produção do setor. No segundo trimestre com relação ao primeiro trimestre deste ano, com dados dessazonalizados, a produção desacelerou em nove locais. Em São Paulo, de um crescimento de 2,0% no primeiro trimestre, a produção caiu 1,3% no segundo trimestre. Em Minas, passou de 0,8% para ?0,1%; no Rio Grande do Sul, de 0,8% para ?0,3%; no Paraná, de 5,6% para ?0,9%; em Santa Catarina, de 0,2% para ?6,6%; no Rio de Janeiro, de ?1,1% para ?1,2%.


Em outras comparações, também é nítida o menor ímpeto da produção industrial. A indústria geral começou janeiro deste ano com uma taxa anualizada de 9,4%, a qual caiu para 3,7% em junho. No estado de São Paulo, essa mesma taxa passou de 9,2% em janeiro para 4,1% em junho; em Minas, de 13,2% para 5,6%; e no Rio de Janeiro, de 7,7% para 4,2%. Ou seja, mantido esse ritmo, o crescimento da produção industrial em 2011 fica muito comprometido, podendo se situar muito abaixo de uma já não tão espetacular taxa de 3,0%.


A indústria brasileira vive um momento muito adverso, consequência de sua perda de competitividade, cujos fatores determinantes já são bem conhecidos. A política industrial lançada semana passada e batizada de Brasil Maior tem seus méritos e mostra sensibilidade do Governo para com o setor. Ela poderá minimizar, ainda no curto prazo, muitas dificuldades enfrentadas por alguns segmentos industriais. No entanto, o cenário geral e as perspectivas da indústria brasileira continuam desfavoráveis e ficam mais nebulosos diante da crise da dívida soberana em países importantes da Europa e da crise política dos Estados Unidos. O filme da crise de 2008 poderá se repetir em alguns de seus pontos, por exemplo: nova onda ? e mais penosa ? de desaquecimento das economias desenvolvidas; acirramento da concorrência nos mercados internacionais de bens; e, do lado da economia americana, uma política monetária expansionista. São cenas prováveis de um filme que, certamente, não serão nada coloridas para a indústria brasileira.
 


Segundo os dados divulgados pelo IBGE, na passagem de maio para junho, nove dos 14 locais pesquisados apresentaram taxas negativas da produção industrial, já descontadas as influências sazonais, acompanhando a queda observada na média do país (?1,6%). Os maiores recuos foram registrados por Rio de Janeiro (?4,5%) e no Amazonas (?,7%), seguidos por Ceará (?2,9%), Espírito Santo (?2,4%), Pará (?1,8%) e Rio Grande do Sul (?1,6%). Com quedas abaixo da observada no total nacional ficaram São Paulo (?1,5%), Minas Gerais (?1,3%) e Santa Catarina (