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28 jun 2013

Expansão favorece segmentação dos fornecedores de TI

O ambiente não podia ser mais propício para estimular a demanda: na areia da praia, durante um campeonato de surf, camisetas, bermudas e bonés do patrocinador ganham atratividade extra. Para aproveitar o momento, a marca de vestuário esportivo Billabong apostou no comércio virtual móvel e montou uma estrutura com vendedores munidos de tablets e pop up store para oferecer os produtos na Barra da Tijuca, durante a etapa brasileira do circuito mundial de surf no Rio de Janeiro.

A ação ilustra bem o conceito ‘omni channel’, que defende a integração total de canais e processos como logística, armazenamento e atendimento para permitir ao cliente escolher onde, como e por qual meio realizar suas compras. No caso da Billabong, o suporte é a plataforma de comércio eletrônico da Linx, adotada em janeiro para atender o consumidor no ambiente on-line. “Muitos não têm acesso a todo nosso mix de produto. Através deste canal, temos entrega completa”, afirma Leonardo Santos, gerente de TI da marca, que tem uma dúzia de lojas físicas no Brasil.

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Alexandre Soncini, diretor de marketing da Vtex: “O mercado está inflacionado pela tendência de consolidação”

A Linx já era parceira da marca. A fornecedora, cuja oferta inicial de ações (IPO) no início do ano captou mais de R$ 250 milhões, é uma das líderes na área de sistemas de gestão para o varejo, com cerca de 12,7 mil clientes no Brasil e no exterior.

Lançou sua plataforma há cerca de três anos e hoje atende uma centena de marcas com sua solução de loja virtual, complementada por gestão de retaguarda, faturamento, logística e expedição e pelo ERP da marca. “É a única que oferece as três camadas integradas”, garante o diretor geral da empresa Jean Carlo Klaumann.

Segundo Klaumann, a marca atende cerca de 80% do varejo de moda no país. O segmento depende da personalização em lojas independentes e está liderando a onda de crescimento do e-commerce.

O cenário de expansão se reflete nos fornecedores de tecnologia, com movimentos como consolidação e segmentação.

No início deste mês a SAP adquiriu a Hybris, empresa suíça especializada em plataformas de e-commerce recém-chegada ao Brasil cuja tecnologia atende pontos de contato que vão de internet e mobile a quiosques e TV. “Isso permite às empresas trocar a visão de canal para aquela mais centrada no consumidor”, defende o vice-presidente da área de OmniCommerce da Hybris, Rock Chavie.

A Oracle já tinha adotado o mesmo caminho alguns anos atrás quando comprou a ATG e, mais tarde, a Endeca, para agregar à sua oferta para lojas virtuais um motor de busca sofisticado. Atende no Brasil clientes parrudos, como a Netshoes, mas recentemente fechou acordo com a parceira gaúcha Compasso para conseguir chegar a empresas menores. “O canal vai atender aquelas com faturamento em torno de R$ 50 milhões”, afirma o diretor sênior de CRM Jorge Toledo.

Entre as empresas menores, um dos exemplos é a Infracommerce, que tem 35 clientes ativos como Daslu e Mash e foi formada pela união de players em diferentes segmentos: plataforma tecnológica (Acec, da Accurate), aplicativos mobile e para Facebook (Curtilo), performance on-line (underDOGS) e produção visual (4BS). “A perspectiva é de R$ 50 milhões de faturamento em 2014”, adianta o vice-presidente Ricardo di Paola.

A Vtex, por sua vez, está com a carteira aberta para compras depois de receber aporte da Napster, hoje dona de 27,7% da empresa, que no ano passado faturou R$ 24 milhões – mais do que o triplo dos R$ 7 milhões de 2010. Mas até agora não conseguiu fechar negócio.

“O mercado está inflacionado pela tendência de consolidação”, justifica o diretor de vendas e marketing Alexandre Soncini. A empresa nasceu em 2000 como plataforma de CRM para o mercado têxtil e evoluiu no e-commerce depois de ajudar o Walmart a entrar no mundo virtual em 2007. O investimento recebido no ano passado vai suportar ainda a expansão internacional. Em 2012, foi a vez da Argentina, cujo escritório já atende dez clientes. Em julho chega ao Chile e, até o fim do ano, à Colômbia. São atendidos clientes também no Equador e no Uruguai.

A segmentação é outra estratégia para tirar partido do cenário otimista. A e-smart, por exemplo, representa no Brasil a plataforma open source Magento e especializou-se na sua integração com o ecossistema do comércio eletrônico brasileiro. Atende clientes como Hering, Porto Seguro e Center Fabril e, segundo o CEO Vinicius Pessin, cresce 30% ao ano com 25 novas lojas virtuais ao mês, em média. “As vendas por atacado também despertaram para o comércio eletrônico. Está chegando a vez do B2B”, aponta o executivo.

As negociações entre empresas são o nicho da Entire TP. Com vasta experiência no mercado farmacêutico, com marcas como Pfizer, Novartis e Aché, entre outras, responsáveis por cerca de 80% do faturamento, a empresa cresceu 120% nos últimos três anos – 23% apenas no ano passado. Agora a fornecedora entra em uma nova seara e lança o marketplace 3farma.com, para proporcionar presença digital a pequenos e médios varejistas do segmento fármaco.

Segundo o diretor comercial José Ricardo Ferreira, com isso os negócios devem crescer 60% no ano que vem. Ele vê ainda novo impulso no e-commerce, mas dessa vez pelo lado das compras. “Ainda há um mercado enorme para explorar”, avalia.

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