Uma lembrança tradicional de Salvador (BA), a fita do Senhor do Bonfim virou artigo de moda nas mãos da estilista baiana Nea Santtana, 27. Ela faz vestidos, calçados e acessórios utilizando as famosas fitas coloridas.
A empreendedora aprendeu a costurar aos 12 anos com a mãe, que a levava frequentemente à igreja. Ao ver os turistas amarrarem as fitas do Senhor do Bonfim no pulso e fazerem pedidos, Santtana começou a pensar como unir esta tradição com o trabalho que sabia fazer.
“Queria trazer para o turista um pouco da cultura baiana, mostrar que além de amarrar as fitinhas no pulso, também é possível vesti-las”, afirma.
As peças criadas pela estilista podem ser encontradas em duas lojas revendedoras de seus produtos e no próprio ateliê. Os vestidos são feitos sob medida. Em média, chegam a usar mais de 200 fitas e os mais sofisticados custam até R$ 700.
Os vestidos criados pela estilista Nea Santtana chegam a usar mais de 200 fitas do Senhor do Bonfim
Durante a Lavagem do Bonfim, festa popular religiosa que ocorre todos os anos em janeiro, as vendas da empreendedora aumentam 80% por conta dos turistas que visitam a capital baiana.
“É uma das celebrações mais conhecidas do Estado porque há uma mistura de públicos [principalmente adeptos do catolicismo e do candomblé]. A fita do Senhor do Bonfim, junto com o berimbau, são os itens mais conhecidos da Bahia”, declara Santtana.
Turismo religioso é pouco explorado no país
A estilista baiana percebeu uma oportunidade de negócio em um mercado ainda pouco explorado no Brasil: o turismo religioso. Segundo o Ministério do Turismo, em 2011 (os dados de 2012 não foram consolidados), 3,8 milhões de viagens domésticas tiveram como principal motivo a religião.
Os destinos mais procurados do turismo religiosos no país são: o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP); Círio de Nazaré, em Belém (PA); as romarias de Juazeiro do Norte (CE) e Nova Trento (SC); as cidades barrocas mineiras de Ouro Preto, Congonhas e Mariana; e Salvador (BA).
De acordo com o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Salles Lopes, o turismo religioso gera oportunidades de negócio principalmente para restaurantes, bares, albergues, taxistas, lojas de artesanato e souvenires.
Para lucrar com a presença maior de turistas e f