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30 set 2011

Empresas migram da web para loja física

O Estado de S.Paulo




A estratégia de iniciar um site de vendas para também atender a demanda cada vez maior das classes populares não é regra. Há empresas que fizeram o contrário: começaram na internet e, depois, abriram lojas tradicionais.



Uma delas é o Magazine 25 de Março, que tinha como estratégia de negócios as classes C e D quando começou a vender na internet artigos para festas. “A ideia era levar a Rua 25 de Março (principal centro de comércio popular da cidade de São Paulo) até as pessoas. Por causa do grande alcance da internet, hoje temos clientes em todo o País”, afirma Bruno Oliveira, dono do site e agora da loja formal.



Alcance esse que trouxe alguns desafios para a empresa, que precisou cuidar da logística. “Precisamos ter políticas de entrega, por exemplo, dentro de áreas consideradas de risco pela polícia no Rio de Janeiro.”



Em 2006, os fundadores da Liga Retrô, como a maioria dos empresários brasileiros, ainda não compreendiam todo o potencial de consumo popular no País.



Naquele ano, eles colocaram no ar o site da marca, especializado na venda de modelos antigos de camisas de times de futebol. “O material das camisas é diferente (elas são feitas em algodão) isso deu uma roupagem mais moderna e social às peças, o que fez sucesso entre as pessoas, principalmente entre os clientes da classe C”, explica Marcelo Roisman, um dos sócios da empresa carioca.



Cinco anos depois, o portfólio que começou pequeno, com apenas 20 modelos, cresceu para uma coleção com mais de 160 peças. Com a abertura do primeiro estabelecimento de rua, em 2007, a marca se consolidou. Hoje são quatro unidades próprias e duas franquias que, juntas, faturaram R$ 5 milhões em 2010. A rede também prevê a inauguração de pelo menos uma loja da marca em cada cidade que receberá jogos da Copa do Mundo.



“Foi muito inovador para a época fundar uma loja virtual no segmento de vestuário, onde as pessoas ainda têm mais resistência de comprar pela internet”, relembra Roisman. O pioneirismo de iniciar um negócio na web foi motivado pelo baixo custo operacional. “A virtual chega a ser 35% mais barata do que a convencional”, explica.



Trilhar o caminho inverso da maior parte das novas empresas pode ser um grande negócio, principalmente em projetos embrionários. De acordo com Adir Ribeiro, consultor da Praxis Education, especializada em educação corporativa, a simplicidade operacional e os custos reduzidos são apenas alguns dos ganhos competitivos que os negócios virtuais possibilitam.



“Os consumidores já possuem um comportamento multicanal. Hoje eles sabem que comprar pela internet pode gerar uma grande economia e uma série de benefícios, como praticidade, maior variedade de produtos e a comodidade de receber em casa”, explica Ribeiro.



De olho no consumidor online e atuando em um mercado que também sente os efeitos da expansão do consumo popular, Daniel Nepouceno abriu o site Meu Amigo Pet, uma pet shop virtual. Agora, ele se prepara para inaugurar sua primeira loja física, que será em São Paulo. “Alguns especialistas que consultei acreditam que eu deveria separar as operações, mas eu espero entregar ao meu cliente uma e