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23 fev 2012

Do espartilho à síndrome da calça justa

Baila Steinman notou uma dormência na perna pela primeira vez durante uma viagem a Israel, em dezembro. “Do joelho até a pélvis, estava tudo adormecido, ao ponto de ser doloroso”, lembra a terapeuta ocupacional, de 52 anos.


De volta a Nova York, Steinman consultou um neurologista, que fez vários testes e logo perguntou: “Você usa roupas apertadas, como meia-calça de alta compressão ou cintos?”. Quando ela respondeu que sim, o médico, Irving Friedman, exclamou: “É isso!”.


O culpado: os cintos largos e ajustados que Steinman gosta de usar. Friedman explicou que eles podem comprimir um nervo importante, o nervo cutâneo femoral lateral, que vai do abdome até a parte externa da coxa. Ele disse que vê com frequência esse problema, chamado meralgia parestésica, em policiais que carregam armas nos quadris e bailarinas que usam tutus apertados. “Tudo o que coloca pressão sobre o nervo pode causá-lo”, disse Friedman. “É muito, muito comum.”


Roupa e acessórios muito apertados, muito soltos, muito pesados, muito altos ou muito leves podem criar problemas de saúde que as pessoas muitas vezes não associam com o que estão vestindo. É claro que o vestuário moderno não é tão punitivo quanto um espartilho vitoriano, capaz de esmagar uma costela.


A seguir, uma lista do que talvez deva ser eliminado do armário.


Jeans apertado: Espremer um corpo rechonchudo em um jeans apertado não só pode causar compressão de nervos como também interferir na digestão, concluiu a publicação “Archives of Internal Medicine” em 1993. O médico Octavio Bessa, de Stamford, Estado de Connecticut, escreveu que ele estava vendo de 20 a 25 pacientes por ano, geralmente homens de meia-idade ou mais velhos, que sofriam de desconforto abdominal, distensão, azia e gases poucas horas depois de comer. “O diagnóstico pode ser feito facilmente no consultório, comparando o tamanho das calças com a circunferência abdominal. Geralmente, há uma discrepância de 7,5 centímetros ou mais”, escreveu Bessa, cunhando o termo “síndrome da calça justa”.


Desde então, os estilos de jeans ficaram ainda mais ajustados e também passaram a ser responsabilizados por dores lombares, infecções fúngicas em mulheres e um transtorno raro chamado lipoatrofia semicircular, em que lesões horizontais aparecem ao redor das coxas.


Modeladores de corpo: Quando são muito apertados ou muito longos, os modeladores de corpo podem causar tanto a compressão de nervos como problemas digestivos, além de vergões dolorosos onde termina o tecido e começa a pele. Os modeladores que comprimem a parte superior do abdome também podem impedir que os pulmões se encham de oxigênio, provocando tonturas.


Camisas e gravatas: Você tem dores de cabeça, visão embaçada ou formigamento em torno das orelhas, especialmente no escritório? Gravatas e colarinhos de camisa apertados podem reduzir a circulação para o cérebro e aumentar a pressão intra-ocular, um fator de risco para o glaucoma, alertam os especialistas. Gravatas apertadas também pode diminuir a amplitude de movimento do pescoço e aumentar a tensão muscular nas costas e ombros, segundo um estudo com trabalhadores de escritório na Coreia do Sul, publicado ano passado na revista “Work”.


Muitos homens precisam se desapertar: 67% compram camisas com colarinhos menores que seus pescoços, de acordo com um estudo feito pela Universidade de Cornell em 1993.


Roupas interiores: Peritos de lingerie dizem que 75% das mulheres usam sutiã de tamanho errado. Um sutiã que é muito grande não dá nenhum suporte, o que pode causar dores no peito e tensão nas costas. Um que é apertado demais pode ferir a pele.


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