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22 jun 2012

Aumenta a concorrência no mercado de casamentos

O mercado de casamentos continua crescendo, mas está mudando de perfil. A entrada de novas empresas nos últimos dois anos fez aumentar a concorrência e os noivos, mesmo com ganho de renda, estão cuidando mais do bolso. Produtos mais caros como caviar e camarão são trocados por robalos e tilápias; prosecco e cerveja entram no lugar da champanhe; e anêmonas e frésias, flores mais difíceis de cultivar, cedem espaço para bromélias e plantas da estação.

As mudanças estão sendo detectadas por empresas que atuam há cerca de anos no setor. Roberto Eid, proprietário da Estação São Paulo, casa de eventos no bairro paulistano de Pinheiros, onde o aluguel para uma festa de casamento custa R$ 30 mil (sem decoração ou móveis), diz: “Eu fazia 110 festas ao ano, hoje faço 100. Não diminuiu o número de casamentos em 10%, alguém pegou esses 10%”. O número de casamentos no país deve ultrapassar a marca de 1 milhão este ano, segundo projeção feita pela consultoria Data Popular (ver gráfico) a pedido da Abrafesta, a associação do setor.

Entre janeiro e maio, o faturamento da Black Tie, empresa tradicional no ramo de aluguel de roupas para festas, fundada há 34 anos, cresceu 9,5%. Em 2011 havia crescido 15%. Vários setores da economia mostram desaceleração neste ano, em relação ao ano passado, mas no mercado de casamentos o surgimento de novas empresas impacta os negócios mais antigos.

“O mercado de casamento como um todo tem crescido, mas senti desaceleração. Tinha um ‘gap’ [buraco] de necessidade maior que agora, então surgiram empresas em vários setores diferentes”, diz o diretor da Black Tie, Cristofer Mickenhagen.

Para ele, o mercado ficou mais competitivo nos últimos cinco anos. “As noivas estão gastando um pouco menos hoje”, diz, acrescentando que “há mais opções no mercado. Se antes ela tinha que mandar fazer o vestido sob medida por R$ 7 mil, hoje compra um equivalente por R$ 4 mil”.

“O mercado é cada vez mais pulverizado. O faturamento de uma empresa aumentar ou diminuir não implica no encolhimento do mercado, mas no aumento da concorrência”, diz Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.

De acordo com Meirelles, dois fatores impulsionam o crescimento do setor: o bônus demográfico pelo qual o país passa e o aumento de renda da classe C, que, com mais dinheiro no bolso, trata a festa como investimento. “É um processo de celebração muito importante do ponto de vista simbólico.”

Com dados do IBGE e do Ministério do Trabalho, a empresa calcula que os gastos com festas e cerimônias devem movimentar R$ 14,8 bilhões em 2012. Nesse montante entram também festas de debutantes e formaturas, diz Meirelles, “mas a festa de casamento é, disparado, o que lidera isso”.

O levantamento foi feito com base em dados de 2010, quando esse mercado – formado por 8.300 micro e pequenas empresas, sendo 60,5% destas no Sudeste – teria movimentado R$ 12,5 bilhões. Em 2011 cresceu 9,6%, para R$ 13,7 bilhões.

Os pais dos noivos ainda exercem papel importante na hora de bancar os gastos das festas, m