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30 nov 2012

Até o fim do ano, serão criados mais de 151 mil empregos temporários

Aos 23 anos, a estudante Andressa Machado encara os desafios do primeiro emprego, como assistente comercial temporária em uma loja de artigos esportivos de um shopping center, em São Paulo. “Apesar de estudar ciências biológicas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) quero ganhar minha própria renda e ser efetivada.” Ela integra o contingente dos mais de 151 mil trabalhadores temporários que shoppings de todo o país deverão contratar para atuar nas vendas de fim de ano, segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

Luis Augusto Ildefonso da Silva, diretor de relações institucionais da Alshop, diz que é esperado um aumento de 7% do número de contratações em relação a 2011. “Contabilizamos os shoppings novos, além de outras lojas que iam abrir. Já é sabido que as regiões que mais empregam são o Sudeste (77 mil pessoas), seguida do Sul (25 mil), Nordeste (24 mil), Centro-Oeste (14 mil) e Norte (10 mil). Em relação ao Sudeste, 50% das vagas estão no Estado de São Paulo, sendo 13 mil só na capital.”

Das vagas de trabalho temporário, os shoppings abocanham um bom pedaço. A Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) estima que cerca de 157 mil pessoas terão emprego de fim de ano, sendo 75% no varejo. Nas Lojas Americanas, das cinco mil vagas extras para o Natal, 50% são para atuar nos shoppings. A empresa tem 677 lojas em 25 Estados e Distrito Federal.

Outra justificativa para o alto volume de contratações nesta época é que o fluxo de pessoas nos shoppings dobra em relação à média de todo o ano. “Assim, para evitar a reclamação dos trabalhadores de uma jornada de trabalho excessiva, muitas lojas reforçam seu time de vendedores. Os salários, na faixa dos R$ 800 a R$ 900 obedeceram aos reajustes da inflação.”

Segundo empresas de contratação de temporários, o varejo de vestuário é um dos setores que mais empregam nesta época. Na Allis existem dez mil vagas, 70% delas para atuar nesse segmento. “Em relação a 2011, percebemos que os varejistas estão mais otimistas, muitas redes anteciparam suas demandas e as contratações ocorreram em média 15 dias mais cedo do que em 2011. O número de vagas aumentou, porque alguns de nossos clientes expandiram seus negócios e a abertura das lojas aconteceu agora no fim do ano”, diz Marcelo Carreira, gerente de marketing e produtos da Allis.

O diretor comercial do ManpowerGroup, Sean Hutchinson, diz que as vagas no varejo para shopping center são as mais demandadas. “O perfil buscado pelas empresas é de pessoas com ensino médio completo, disponibilidade de horário e, para algumas posições, é exigida experiência anterior na função.”

Apesar de ser importante, a experiência profissional não é requisito essencial no trabalho temporário, porque a maioria das vagas é para posições operacionais, diz Carreira. “Para cerca de 60% dos trabalhadores este é o primeiro emprego. São pessoas na faixa de 18 a 25 anos. O que percebemos é que o nível de instrução dos candidatos melhorou. Em 2012, cerca de 20% dos candidatos estão cursando ou já possuem curso superior. Nos anos anteriores, esse indicador não chegava a 5%”.

Além de porta de entrada para o primeiro emprego, o trabalho temporário é também a oportunidade de retorno ao mercado. Fátima Cristina Silva Oliveira, de 30 anos, que estava desempregada havia um mê