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14 maio 2019

Produção Industrial SP/BR – Têxtil e Vestuário – Mar/2019

O IBGE divulgou sua pesquisa sobre a Produção Física Industrial, relativa ao mês de março de 2019. O levantamento mostra o volume produzido pelas indústrias, do Brasil e de São Paulo. Como têm sido a tônica dos indicadores de atividade econômica recentemente noticiados, a produção industrial também não trouxe boas novas.

No que se refere ao mês de março de 2019, no País, a indústria de transformação recuou 5%; a indústria têxtil caiu 6,8%; e a do vestuário registrou um tombo de 11,8%. Com esse desempenho – difícil de adjetivar – o setor têxtil e o de confecção de vestuário acumularam 3,6% de queda, em 12 meses. Isto é, mesmo em um período mais longo de comparação, os resultados são negativos.

Do ponto de vista da economia paulista, a indústria também contabiliza resultados sofríveis, para dizer o mínimo. Em São Paulo, no mês de março/19, diante do mesmo mês de 2018, a produção física da indústria de transformação caiu 7,3%; a indústria têxtil recuou 4,7%; e a indústria do vestuário registrou um verdadeiro débâcle de 12,9%. Com esse desempenho medíocre, a produção de vestuário em São Paulo já recuou 8%, no acumulado de 12 meses.

Normalmente – claro que o País está longe do que se pode chamar de normalidade e o noticiário diz muito sobre isso, independentemente da fonte –, a indústria acompanha o comportamento do comércio, sobretudo no setor têxtil e de confecções. Quando isso não ocorre é por conta das importações, que ampliam sua participação no mercado doméstico, faz muitos anos.

Contudo, dessa vez é diferente. Atualmente, o câmbio mais alto (em nov/18 estava R$ 3,80 e agora beira os R$ 4,00) tem reduzido o ímpeto importador, além do próprio comércio estar em baixa. Com efeito, as importações de vestuário estão em queda (20,7%, em toneladas), no acumulado de janeiro a abril/19, perante igual período do ano passado.

Portanto, o mau resultado da produção de têxteis e, em especial, de vestuário não se dá pela substituição de bens nacionais por importados; tampouco o recuo de comércio é capaz, sozinho, de explicar o tamanho da queda da produção no mês de março/19. Problemas como o acesso ao crédito e os aumentos exacerbados de custos permeiam essa conjuntura adversa. E o que preocupa mais é que, além da agenda da Reforma da Previdência, o governo estuda a redução de tarifas de importação, para vários setores da economia, inclusive na cadeia de têxteis e confeccionados. Com isso, o quadro que já não é nada bom, tende a piorar.

MSc. Haroldo Silva – Membro do Corecon-SP