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29 ago 2014

Área de algodão no Brasil deve crescer 8% na safra 2014/2015

ão Paulo (Reuters/EP) – A próxima safra de algodão do Brasil deverá crescer em área e em produção com o impulso da chamada “safrinha”, que passará a ser, pela primeira vez, a mais importante em plantio para a pluma no país, informou nesta quarta-feira (27) a consultoria Agroconsult. 

O crescimento projetado do plantio 2014/15 da segunda safra (“safrinha”), de 35% ante 2013/14, para 616 mil hectares, mais do que compensará um recuo de 10% na área de algodão verão, para 598 mil hectares.

Dessa forma, a área total com algodão no país em 2014/15 deverá atingir 1,21 milhão de hectares, alta de 8% ante 2013/14, segundo a Agroconsult. E a colheita foi projetada em 1,8 milhão de toneladas de pluma, contra 1,7 milhão na safra anterior. 

“O produtor de algodão vai decidir entre plantar soja (no verão) e milho safrinha (no inverno) ou plantar soja e algodão safrinha”, disse à Reuters o analista da Agroconsult Marcos Rubin. 

O algodão seguiria assim o caminho do milho, que nas últimas temporadas têm apresentado maior produção na segunda safra, com a soja dominando as terras no plantio de verão. “Diante de um cenário de preço ruim para o milho, a gente vê um crescimento expressivo da área de algodão safrinha”, acrescentou Rubin. 

Novas áreas de safrinha 

Pelos levantamentos da Agroconsult, o plantio da safrinha de algodão – semeada imediatamente após a colheita da safra de verão de soja – tornou-se uma realidade no Centro-oeste brasileiro desde a safra 2008/09. 

Em Mato Grosso, principal produtor de algodão do país, a safrinha já responde por um número compreendido entre 70 e 80% da área semeada com a cultura, com forte concentração no oeste e médio-norte do Estado. 

A consultoria Agroconsult projeta agora aumento da opção pelo algodão safrinha também no sudeste de Mato Grosso, em Goiás e Mato Grosso do Sul. “O algodão safrinha corre mais riscos climáticos, mas os produtores estão dominando muito bem a tecnologia”, disse Rubin. 

Por questões agronômicas, principalmente regime de chuvas, a Bahia – segundo principal Estado produtor – planta algodão apenas na safra de verão. 

O mercado de algodão foi abalado no primeiro semestre com a notícia de que a China, principal consumidor de algodão do mundo, vai interromper seu programa estatal de estocagem – que retirava produto do mercado e puxava os preços –, passando para um programa de subsídio direto aos produtores. 

O clima favorável no Texas, principal Estado produtor nos Estados Unidos, também ajudou a derrubar as cotações. “No final de maio, começo de junho, convergiu uma série de notícias relacionadas… e isso tudo fez com que os preços derretessem”, avaliou Rubin. 

O contrato futuro do algodão negociado na bolsa de Nova York caiu para a mínima de cinco anos no final de julho. 

Ainda assim, na projeção da Agroconsult, o plantio de algodão será mais rentável que o de milho para os produtores que tiverem condições de apostas na pluma, como maquinário disponível, em 2015. 

“Com certeza ele [algodão] está dando muito menos dinheiro do que deu nos últimos dois ou três anos…, mas se você fizer uma comparação direta com o milho safrinha, o algodão hoje é muito mais vantajoso”, afirmou o analista. 

O milho no mercado físico brasileiro é negociado atualmente no menor patamar em quatro anos.

Fonte: Europa Press, Fashion Mag.