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27 mar 2014

PROJETO QUER IMPLANTAR CONFECÇÃO DO FUTURO

Iniciativa que envolve a ABDI e a ABIT definirá modelo de negócio,
escolherá empreendimento que vai testar o processo e prevê a
aposentadoria da máquina de costura.

A definição de um modelo de negócio para modernizar a cadeia produtiva do setor têxtil é
o alvo de um projeto da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), ligada ao
ministério da Indústria e Comércio, a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e
Confecções) e o Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do
Senai). A iniciativa também inclui a contratação de uma entidade ligada à uma
universidade brasileira, possivelmente em Santa Catarina, que vai instalar um laboratório e
fará a seleção de um empreendedor interessado em implantar o novo processo.

Para Sylvio Napoli, gerente de tecnologia e inovação da Abit, o elo mais fraco da cadeia
produtiva da confecção é o segmento de costura. Falta motivação no exercício da
profissão que é muito antiga e pouco se modernizou. “Houve evolução tecnológica em
corte, modelagem, pilotagem e redução de resíduos, mas, a maioria das confecções ainda
depende da velha máquina de costura, cuja profissão não atrai jovens para esse processo
repetitivo e em ambiente industrial. A idéia do projeto é quebrar paradigmas e transformar
a velha máquina de costura em um sistema de computação. Isso vai exigir uma nova
qualificação da mão de obra para programar as funções da máquina e gerir um processo
mais moderno e eficiente”, explica Napoli.

Está em processo a contratação de uma empresa voltada a gestão e processos industriais,
ligada a uma universidade com conhecimento de inovação e ambiente de incubação de
empresas. É fundamental também, segundo Napoli, a participação do Senai Cetiq, do Rio
de Janeiro, ligado ao ensino técnico. A Abit será a articuladora em âmbito nacional para
dar corpo à confecção do futuro. “O objetivo é que o processo de costura seja
modernizado de maneira prática e que a indústria possa aderir”, observa Napoli.

Com a função da operadora de máquina de costura, ele entende que “provavelmente,
haverá redução dessa mão de obra treinada, que poderá ser recolocada em funções
melhor remuneradas”. A modelagem do projeto começa neste ano com a implantação de
um laboratório têxtil, e posteriormente, a implantação do processo em uma empresa de
confecção que já esteja em operação.

A ABDI está investindo R$ 400 mil na primeira etapa, que prevê a definição do modelo de
negócio que integre toda a cadeia de valor a exemplo do que ocorre com a indústria
automobilística onde os fornecedores de peças estão totalmente interligados à montadora.
“Além da conexão entre os fornecedores, existem outras variáveis como inovação em
tecidos, tecnologia embarcada nas roupas e a implantação de células produtivas, um
passo além do ‘just in time’, com empresas mais conectadas ao mercado consumidor”,
explica Caetano Ulharuzo, especialista da ABDI.

A execução da iniciativa será dividida em quatro etapas. Em um primeiro momento, uma
equipe formada por uma gestora ligada à universidade, representantes da ABDI e da Abit
vão debater e definir os conceitos básicos que serão adotados no pré-projeto da empresa
do futuro, sempre levando em consideração a viabilidade técnica e econômica da
implantação. A segunda etapa envolve a apresentação dos conceitos aos empresários do
setor e a terceira fase inclui a escolha de um empreendedor que deve ficar fisicamente
próximo à gestora ligada à universidade.

Fonte: Abit, Auto: Ana Luiza Mahlmeister