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9 maio 2018

Índice de Viabilidade do Vestuário – SP: Maio 2018

A produção industrial de vestuário paulista parece estar diante de um interregno. Explique-se: interregno significa que não somos mais uma coisa, nem outra. Isto é, nem estamos numa crise como a de dois anos atrás, tampouco crescemos. Nesse estado de interregno, a maneira pela qual, no passado, aprendeu-se a lidar com várias questões da realidade não funciona mais, diria Zigmunt Bauman[1]. É exatamente assim que o atual quadro da indústria de vestuário se defronta: o varejo anda de lado e as expectativas de melhora não se concretizam. Há um eterno esperar por melhora, que não vem!

A depender do IVV – Índice de Viabilidade do Vestuário – do mês de maio/18, os próximos meses não devem trazer evolução consistente no ambiente de negócios. O IVV-SP, ficou em 69,1 e, com isso, revela que a produção industrial permanecerá morna, nas próximas pesquisas a serem divulgadas pelo IBGE.  No ano de 2017, em maio, o indicador estava em 75,0. Vale sublinhar, a base da série é o ano de 2010=100, então isso significa que o ambiente de negócios recuou quase 6 pontos, desde maio do ano passado e está muito longe do ano de 2010.

Importante lembrar, o índice agrupa as tendências de variáveis que impactam na competitividade da indústria de vestuário paulista. Assim, números maiores significam um ambiente mais amigável à atividade produtiva de vestuário no Estado de São Paulo. Contudo, as perguntas que ficam são: quais são os fatores que influenciaram mais o IVV-SP? O que impede a retomada?

Sem dúvida, o fator que mais influencia a estagnação do IVV-SP é a importação de bens finais. A entrada de produtos confeccionados, advindos do exterior, é a grande responsável pelo recuo da produção e das expectativas de melhoria. Dados do acumulado de janeiro a abril de 2018, mostram um aumento de 40%, em toneladas, frente ao mesmo período do ano passado. A mesma contabilidade, se feita em US$, mostra uma elevação de 65%. Claro que outros fatores também influenciam, mas essa enxurrada de importados impede qualquer tentativa de progresso no nível de produção da indústria brasileira e/ou paulista.

Como último comentário, vale destacar que essa letargia na retomada da atividade industrial, por conta do ambiente de negócios que não empolga, vai retirando ânimo do empresário para contratar e para investir. Com isso, a redução da taxa de desemprego e o aumento de produtividade não ocorrem. Perde o setor, sofre o trabalhador, mas perde mais ainda o Estado e o País, por consequência. A esperança, de curto prazo, mais uma vez, vem de fatores fora do controle do empresário: a taxa de câmbio mais alta, para melhorar a competitividade da indústria nacional. Enquanto isso, permanecemos num interregno.