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24 ago 2012

Elite não sabe vender à classe média

A classe média deverá gastar com moda, neste ano, R$ 55,7 bilhões, mas a elite não sabe vender para essas pessoas, afirmou o sócio-diretor do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, na palestra de abertura da 40ª edição do Senac Moda Informação, realizada ontem na Capital paulista. “É um público que tem dinheiro. Em 2011, essa classe social movimentou R$ 1,03 trilhão. Se ela fosse um país, seria o 17º mais rico do mundo e estaria no G-20”, disse o especialista.  
 
Meirelles apresentou algumas das diferenças na forma de consumo de moda pelas classes A/B e C ? como também é designada a chamada nova classe média brasileira. A elite, segundo sua análise, busca uma marca por querer exclusividade; é fiel a ela e gosta de consumir o intangível. Já o novo consumidor, da classe C, quer ser incluído. “A marca, para ele, é mais um aval de selo de garantia, porque ele não pode errar na escolha”, contrapôs o especialista. Por isso mesmo, esse público é mais fiel. E em vez de buscar o intangível, precisa, segundo Meirelles, de razões complementares para comprar. 
 
Ao longo dos últimos dez anos, destacou o palestrante, o gasto dessas pessoas com moda registrou crescimento de 153,2%, já descontada a inflação. Elas respondem por 46% dos gastos dos brasileiros com moda, seguidos pelo público A/B (37,6%) e D/E (16,4%). 

Relevâncias ? Meirelles ilustrou, com entrevistas realizadas pelo Data Popular, a ignorância do público de alta renda sobre a realidade do consumo na classe C, com desconhecimento, por exemplo, de que eles viajam de avião e frequentam o salão de beleza. O palestrante também apresentou a análise  dos dois públicos sobre o visual de uma embalagem de pó de café, para demonstrar que a mensagem proposta pelo fabricante (visando induzir a uma associação do super-homem com a modalidade extra-forte do produto) não foi nem de longe percebida pelo consumidor da classe C. Não é diferente com a moda. 
 
“O desafio para se fazer uma boa venda é traduzir os conceitos de moda para algo que seja relevante às pessoas”, conceituou Meirelles. Os dados apresentados por ele mostraram acent