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19 jul 2012

Confiança da indústria recua para menor nível desde abril de 2009

Depois de um ensaio de recuperação nos primeiros meses do ano, a confiança dos empresários da indústria caiu para o menor patamar desde abril de 2009, como reflexo do ritmo menor da produção industrial, avaliou a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A confiança cedeu inclusive entre os segmentos beneficiados pelas medidas de estímulo anunciadas pelo governo. “Mesmo com os incentivos, a indústria não consegue reagir”, disse o economista da CNI, Marcelo de Ávila. “Os dados da produção industrial mostram que estamos no mesmo nível de dois anos atrás”, afirmou. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado pela entidade, caiu para 53,3 pontos em julho, recuo de 2,8 pontos na comparação com junho.

Para Ávila, a principal alavanca do crescimento da economia brasileira – o consumo interno – dá sinais de esgotamento, já que a demanda doméstica não tem mostrado a mesma força de reação de dois anos atrás.

Além disso, de acordo com o economista, a desvalorização do dólar, que torna os produtos brasileiros mais atrativos no exterior e estimularia as exportações, está sendo compensada pela baixa demanda no estrangeiro, decorrente da prolongada crise internacional.

O que forçou a queda do indicador em julho foi a percepção dos empresários sobre o presente. Na avaliação das condições atuais, o índice ficou em 44 pontos, ante 46,9 pontos em junho. Leituras abaixo de 50 pontos indicam pessimismo e, acima, otimismo. Todos os 35 setores pesquisados – três da indústria de construção, quatro da indústria extrativa e 28 da indústria de transformação – registraram índices abaixo de 50 pontos.

“Os indicadores das condições atuais, tanto em relação à própria empresa quanto em relação à economia brasileira, estão caindo mês a mês e já estão na faixa do pessimismo, abaixo dos 50 pontos”, afirmou Ávila.

Entre os setores beneficiados pelas medidas para impulsionar o crescimento da economia neste ano, o Icei, que mede a confiança dos empresários da indústria de veículos automotores, caiu de 49 pontos em junho para 45,8 pontos em julho. Na indústria de máquinas e equipamentos, o indicador ficou abaixo dos 50 pontos (49,5). Têxteis e vestuário também tiveram queda em julho, para 51,2 e 54,4 pontos, respectivamente. “Se não fossem as medidas, a situação estaria ainda pior”, diz Ávila.

De acordo com o economista da CNI, “será difícil haver recuperação da confiança nos próximos meses”. O Icei das expectativas dos empresários industriais para os próximos seis meses ainda está acima de 50 pontos, o que revela otimismo em relação ao futuro. No entanto, caiu de 60,6 pontos em junho para 58 pontos em julho, menor patamar desde abril de 2009, quando atingiu 57 pontos.

Os empresários estão menos confiantes em relação ao futuro da economia brasileira (53,2 pontos em julho, ante 55,8 pontos em junho) e mais otimistas sobre a situação de suas empresas, apesar de o índice também ter recuado de 63,1 pontos para 60,4 pontos, entre junho e julho.