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21 set 2012

Como achar a roupa certa sem entrar no provador

Um feixe
vertical branco se desloca em torno de Caitlin Zemla por 15 segundos, enquanto
ela, de pé numa cabine transparente de um shopping de Nova Jersey, dispara
minúsculas ondas de rádio por meio de suas roupas. O resultado são 200 mil
pontos de dados que reforçam um registro sobre o tamanho e o formato do corpo de
Caitlin – e que poderão resolver um dos maiores problemas que ela enfrenta ao ir
às compras. “As calças nem mesmo me servem”, diz ela. Mas por quê? “Meus
quadris.”

Caitlin,
que trabalha como técnica na área médica, é uma das 800 mil pessoas que tiveram
suas medidas digitalizadas nos Estados Unidos nas máquinas da marca Me-ality, da
empresa canadense Unique Solutions.

O
equipamento casa os dados do corpo com as medidas das confecções de parceiras
varejistas – como Gap, JC Penney e American Eagle -, para recomendar as peças
que mais se adaptam a ele, num processo que poderá mudar o ato de comprar
roupas.

Entrar
em provadores para experimentar roupas que não caem bem é, há muito, uma
frustração dos consumidores. Várias tentativas de empresas, no passado, de
digitalizar o corpo fracassaram.

Mas a
nova tentativa está sendo puxada pelo aprimoramento da tecnologia e pela
perspectiva de incentivar consumidores on-line de roupas que, até agora, tinham
sido dissuadidos pela incerteza sobre quais peças
serviriam.

“Já
temos todos os ingredientes. Mas ainda não os misturamos para assumirem toda a
força revolucionária que têm”, diz Andy Dunn, principal executivo da Bonobos,
uma loja de roupa masculina on-line que está esperando a tecnologia de “scanner”
certa.

A
precisão continua sendo um problema para muitos. Outros têm de convencer os
consumidores de que a privacidade deles será preservada. As medidas também são
de uso limitado caso não sejam produzidas confecções para os formatos de corpo
mais comuns e caso as preferências de corte das pessoas não sejam
conhecidas.

A Unique
pede que as pessoas de desloquem para serem “escaneadas” por uma de suas 70
máquinas instaladas em shoppings – que custam não menos que US$ 100 mil cada. O
mesmo faz a Acustom, que tem uma máquina em Nova York produzida por uma empresa
chamada TC2, que digitaliza com luz branca.

A
Upcload, sediada em Berlim, permite que as pessoas digitalizem suas medidas com
uma webcam e uma tecnologia de processamento de imagem, também empregada para
detectar defeitos em chips de computador. Links para a Upcload aparecerão em
breve no site da North Face. Asaf Moses, seu cofundador, diz que a empresa está
captando recursos para explorar o uso de câmeras de iPhone para medir
pés.