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13 ago 2019

Boletim mensal – Produção Física Industrial – JUN/2019

O IBGE divulgou os dados da pesquisa de produção física industrial (volume de fabricação) relativos ao mês de junho de 2019. Muito diferente das expectativas que se tinha ao final do ano passado, os números atuais da economia, como um todo, não trouxeram o alívio desejado, ao menos por enquanto.

No Brasil, a produção física da indústria da transformação fechou o 1º semestre do ano praticamente estável, frente ao mesmo período do ano passado, com leve alta de 0,2%. Em São Paulo, a mesma indústria recuou 0,8%.

No que se refere à cadeia têxtil e do vestuário paulista, os números são um pouco [não muito] melhores do que os do Brasil. No acumulado dos seis primeiros meses de 2019, a indústria têxtil paulista registra 0,1%, de alta, e a do vestuário 1,5%, de elevação. Em termos nacionais os indicadores foram -1,7% e -0,2%, respectivamente.

Mesmo com esse resultado no campo positivo, São Paulo ainda sofre mais os efeitos da estagnação prolongada pela qual passa o Brasil, ao menos na cadeia têxtil e de vestuário. Note-se que, em 12 meses, terminados em junho de 2019, o setor têxtil recuou 0,7% e o de vestuário acumulou 3,1% de queda, no período, diante de igual intervalo imediatamente anterior.

Em verdade, já se fala novamente em recessão técnica, tendo em vista mais um recuo do PIB, no 2º trimestre de 2019. Algo que, para o setor de vestuário já não é mais especulação, mas sim uma dura realidade que persiste, faz muito tempo.

Importante dizer, as políticas até então adotadas não têm sido capazes, de per si, de reconduzir a economia nacional à trajetória de crescimento. Sucessivos cortes orçamentários – necessários, claro; talvez não oportunos, tampouco nas despesas que deveria – podem não estar ajudando melhorar a confiança, uma vez que os agentes econômicos privados ainda permanecem à espera de sinais reais de recuperação para retomarem investimentos produtivos ou mesmo contratarem trabalhadores.

Preocupa a quase todos nós o fato de que o principal problema brasileiro, que é o desemprego de cerca de 13 milhões de pessoas – no momento – ter perdido espaço para coisas comezinhas, como as discussões sobre tomadas de três pinos, por exemplo. Sem a geração de emprego e renda, não haverá recuperação da produção industrial e corre-se o risco de ver o governo apenas cometer “austericídio”.

MSc. Haroldo Silva – Membro do Corecon-SP